Êxodo 12 Estudo: Instituição da Páscoa

Neste capítulo de Êxodo 12 estudo, marca a instituição da páscoa. O Senhor mandou que, no décimo dia daquele mês, cada família tomasse um cordeiro, macho, sem defeito, de um ano, para cada família, segundo a casa dos pais.

Deveriam o guardar para o décimo quarto dia do mês, oportunidade em que todos se ajuntariam e imolariam ao cordeiro.

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Ao crepúsculo do dia, tomariam o sangue daquele cordeiro e passariam em ambas as obreiras das portas e na verga, nas casas em que comerem.

Naquela noite, comeriam as carnes com ervas amargas e pães asmos, o que sobrasse, pela manhã, seria queimado. Deveriam fazê-lo de sandálias, cajado nas mãos e lombos cingidos, às pressas.

A praga mortífera não os atingiria. Por sete dias comeriam pães asmos, devendo o fermento ser tirados das casas durante aqueles dias.

No primeiro e sétimo dia haveria santa assembleia, sendo que no sétimo, nenhuma obra se faria, além de comerem. Isto seria por estatuto perpétuo.



Deus, então, mata os primogênitos dos egípcios e, os israelitas, encontram mercê e os despojam, oportunidade em que são expulsos.

Então, partiram cerca de seiscentos mil homens, sem contar mulheres e crianças, para Sucote, com todos os seus bens. Permaneceram no Egito por quatrocentos e trinta anos.

Para um estrangeiro poder celebrar a páscoa, junto aos israelitas, deveria ser circuncidado e, assim, se tornaria natural da terra.

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Êxodo 12 estudo: Contexto histórico

No capítulo anterior, vemos Deus anunciando a décima e última praga, sendo a morte de todo unigênito egípcio, inclusive, dos animais destes.

Antes, Deus havia orientado os israelitas a pedirem aos seus vizinhos egípcios objetos de prata e ouro. Eles achariam o favor dos egípcios para tanto. Após, as escrituras relatam que o coração de Faraó permanecia endurecido e este não liberaria o povo.

(Êxodo 12:1) Instruções

v. 1 E o SENHOR falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:


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Os capítulos 12-13 estão arranjados topicamente de um modo que intercala longas seções de instrução com pequenas seções que descrevem eventos em andamento. Com pragas anteriores, o relato da praga segue imediatamente após o seu anúncio. Não é assim com a décima.

As instruções a Moisés e Arão e depois aos israelitas, sobre como observar a Páscoa do SENHOR (Ex 12:11) adiam o relato do cumprimento da praga.

Algumas instruções que se encontram antes do relato da praga e da partida dos israelitas são instruções de que os israelitas necessitam na ocasião para se prepararem.

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Algumas instruções seriam aplicáveis apenas em anos posteriores, mas elas são proeminentes entre as instruções antes do evento. O relato do êxodo é seguido por mais instruções para futuras celebrações e um pequeno sumário da observância da primeira Páscoa e do êxodo.

Uma outra seção de instruções para o futuro vem em seguida. Ela envolve a consagração dos primogênitos e a observância da festa dos pães sem fermento (Ex 13:1-16) antes da narrativa retornar ao desenvolvimento dos eventos do êxodo.

As pessoas geralmente aguardam a realização do evento para só então planejar a sua comemoração, mas aqui os israelitas ainda estavam no Egito.


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A atenção dada às futuras comemorações nestes capítulos preparatórios ressaltam a certeza e a importância do evento bem como a autoridade do Senhor, que daria aos israelitas o motivo para a celebração.

(Êxodo 12:2) O primeiro mês

v. 2 Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano para vós.

Por causa daquilo que o Senhor estava para fazer no mês corrente, os israelitas deveriam considerá-lo o primeiro mês do ano para eles.

Seu nome cananeu era abibe e seu nome babilônico era nisã (Ex 13:4). Este mês lunar coincide com partes dos meses solares de março e abril.

(Êxodo 12:3) O cordeiro

v. 3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: No décimo dia deste mês, tomará cada homem para si um cordeiro, segundo a casa de seus pais, um cordeiro para cada casa.

Para escolher um cordeiro, quatro dias de antecedência seriam o suficiente para se observar algum defeito nele.

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Porém, mais importante, a escolha antecipada chamaria a atenção para o que estava à frente. Exatamente o suficiente deveria ser preparado para as pessoas que haveriam de comer em conjunto.

(Êxodo 12:8-10) O consumo da carne

v. 8 E comerão a carne naquela noite, assada no fogo, e pão ázimo e com ervas amargas o comerão.
v. 9 Não comereis dele cru, nem cozido com água, mas assado com fogo, a sua cabeça com os pés, e suas entranhas.

v. 10 E não deixareis nada do que restar até a manhã seguinte; e o que restar disso até a manhã seguinte queimareis com fogo.

A carne era para ser comida imediatamente, e o que sobrasse deveria ser queimado, nada restando para usos comuns na manhã seguinte.

O fato de precisar ser ela assada também se ajusta à necessidade de tratamento especial desse animal, cujo sangue nas vigas superiores e nas laterais das portas identificava os moradores da casa; eles eram pessoas que levavam a sério os mandamentos do Senhor (Ex 9:20-21).

(Êxodo 12:11-12) A identidade de Deus

v. 11 E assim o comereis: com vossos lombos cingidos, vossas sandálias nos vossos pés e vosso cajado na vossa mão. E o comereis com pressa. É a Páscoa do SENHOR. 

v. 12 Porque eu passarei por toda a terra do Egito nesta noite, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto do homem como do animal. E contra todos os deuses do Egito executarei o juízo: Eu sou o SENHOR.

As declarações esta é a Páscoa do SENHOR e eu sou o SENHOR reforçam a verdade de que aquilo que estava acontecendo centrava-se na identidade de Deus e em Seus atos de auto-revelação (Ex 6:2-8).

Neste caso, Ele exercia Sua capacidade e direito para executar juízo, como Ele próprio tinha dito que faria (cp. Ex 6:6), mesmo contra todos os deuses do Egito.

(Êxodo 12:15-20) Os pães ázimos

v. 15 Sete dias comereis pães ázimos. Até o primeiro dia, afastarás o fermento das vossas casas; porque todo aquele que come pão levedado desde o primeiro dia até o sétimo dia, essa alma será cortada de Israel.

v. 16 E no primeiro dia haverá uma santa convocação, e no sétimo dia haverá uma santa convocação para vós. Nenhum tipo de trabalho será feito neles, exceto aquilo que todo homem precisar comer, só isto poderá ser feito por vós.

v. 17 E observareis a festa do pão ázimo, porque nesse mesmo dia eu tirei vossos exércitos da terra do Egito. Por isso observareis este dia nas vossas gerações por ordenança eterna.

v. 18 No primeiro mês, no décimo quarto dia do mês à tarde, comereis pão ázimo, até o vigésimo primeiro dia do mês à tarde.

v. 19 Sete dias não se achará fermento em vossas casas, porque todo aquele que comer o que estiver levedado, essa alma será cortada da congregação de Israel, seja estrangeiro ou nascido na terra.
v. 20 Não comereis nada levedado; em vossas habitações comereis pão ázimo.

Comer pães ázimos recordaria aos israelitas sua apressada partida do Egito, sem tempo para um agente fermentador fazer o pão crescer (v. 39).

Aqueles que comessem pão leve manifestavam desdém pelo que o Senhor fizera, ao fundar Israel como uma nação, e estavam sujeitos ou ao banimento (Nm 19:13) ou à pena de morte, que foi aplicada a infratores intencionalmente desafiadores em Nm 15:22-31 e executada por intervenção humana ou divina (Ex 31:14).

(Êxodo 12:23) O destruidor

v. 23 Porque o SENHOR passará para ferir os egípcios. E quando ele vir o sangue na verga e nas duas ombreiras, o SENHOR passará sobre a porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.

As descrições da morte dos primogênitos nada mais falam sobre o destruidor, nem indicam o modo como as pessoas e os animais morreram. Tratava-se da atividade soberana do Senhor, e Ele se apresentou como o executor das mortes.

Ele também se referiu à praga de destruição (v. 13), numa expressão que usa uma palavra hebraica estreitamente relacionada com aquela aqui traduzida como “destruidor”.

Em outro lugar, um anjo da parte do Senhor é descrito em sua ação, usando-se a palavra hebraica para “o destruidor”, numa situação que envolvia uma praga mortal (2Sm 24:16).

Davi escolheu a “praga” porque ela lhe permitia “cair nas mãos do SENHOR” (2Sm 24:14). Anjos vieram para destruir Sodoma e Gomorra (Gn 19:13), ao passo que a destruição das cidades foi repetidamente atribuída ao Senhor (Gn 13:10).

(Êxodo 12:24-27) De geração a geração

v. 24 E observareis isto por ordenança para ti e para os teus filhos para sempre.

v. 25 E acontecerá, quando estiverdes na terra que o SENHOR vos dará, segundo o que ele prometeu, que guardareis este culto.

v. 26 E acontecerá, quando vossos filhos vos disserem: O que quereis dizer com este culto?

v. 27 Que direis: Este é o sacrifício da Páscoa do SENHOR, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas. E o povo curvou a cabeça e adorou.

O Senhor esperava que os israelitas ensinassem aos próprios filhos a Seu respeito, no processo de celebrar regularmente aquilo que Ele fizera por eles (Ex 10:2).

(Êxodo 12:29) O cativo na masmorra

v. 29 E aconteceu que, à meia-noite, o SENHOR feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó que estava assentado no seu trono até o primogênito do cativo que estava na masmorra, e todos os primogênitos do gado.

O cativo que estava na masmorra era outra pessoa em situação oposta à de Faraó na condição social, como a “escrava que trabalha no moinho” (Ex 11:5). A menção de ambos os extremos incluía todas as pessoas no meio.

(Êxodo 12:31-32) Faraó pede uma bênção

v. 31 E então chamou a Moisés e a Arão à noite e disse: Levantai-vos, e saí dentre o meu povo, tanto vós como os filhos de Israel, e ide, servi ao SENHOR, como tendes dito.

v. 32 Também levai vossos rebanhos e vosso gado, como tendes dito, e saí, e abençoai-me também.

O Faraó teve um último encontro com Moisés e Arão. Ele tinha declarado que Moisés morreria se eles se encontrassem novamente, mas ele não podia cumprir essa decisão.

Em vez disso, ele se rendeu e concedeu a todos os israelitas liberação incondicional para sair e adorar, mas ele próprio não fez qualquer menção de adorar o Senhor (cp. 2Rs 5:17-18).

O desejo do Faraó de ser abençoado faz lembrar procedimentos anteriores, de egípcios e outros, para com o povo de Deus, que revelam que as coisas poderiam ter sido bem diferentes para ele (Gn 12:3).

(Êxodo 12:33) A preocupação dos egípcios

v. 33 E os egípcios apressaram o povo, para que os lançassem fora da terra com pressa, porque diziam: Seremos todos mortos.

Seremos todos mortos! É a última declaração registrada feita a Moisés pelos egípcios comuns. Ela usa exatamente duas palavras em hebraico e avalia a situação sem qualquer pretensão, pois a expectativa era que todos os egípcios morressem, caso os israelitas permanecessem um pouco mais no Egito.

(Êxodo 12:35-36) O despojo

v. 35 E os filhos de Israel fizeram conforme a palavra de Moisés, e pediram dos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e vestimentas,

v. 36 e o SENHOR deu ao povo favor à vista dos egípcios, de maneira que estes lhe davam o que pediam. E eles despojaram os egípcios.

Estes versículos descrevem aquilo que as declarações em Ex 3:21-22 e Ex 11:2-3 tinham antecipado.

(Êxodo 12:37) De Ramassés para Sucote

v. 37 E os filhos de Israel viajaram de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil homens a pé, além das crianças.

Ramesés a Sucote são consideradas como localizadas na parte oriental do Egito (1:11), com Sucote à leste de Ramessés numa região que os antigos egípcios denominavam Tjeku.

Ela ficava na extremidade leste do Wadi Tumilat e possuía fortificações em razão da área ser uma rota de comércio com acesso à península do Sinai.

O grande número de pessoas que deixou o Egito contrasta com o pequeno número que tinha entrado ali (Ex 1:1-5).

(Êxodo 12:38) Uma multidão mista

v. 38 E uma multidão mista também subiu com eles, e rebanhos, e vacadas, muito gado.

E uma multidão mista, pode ter incluído outros trabalhadores que viram uma oportunidade para escapar da escravidão egípcia, mas que não tinham necessariamente chegado à fé em Yahweh (Nm 11:4).

(Êxodo 12:40-41) 1876 a.C

v. 40 Ora, a permanência dos filhos de Israel, que habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.

v. 41 E aconteceu que, ao final dos quatrocentos e trinta anos, aconteceu nesse exato dia, que todos os exércitos do SENHOR saíram da terra do Egito.

Começando em 966 a.C., quando Salomão começou a construção do templo, e acrescentando 480 anos (1Rs 6:1) dá 1446 a.C. para a data do êxodo.

Acrescentando quatrocentos e trinta anos a isso temos Jacó chegando no Egito em 1876 a.C., durante o período do Reino Médio egípcio.

(Êxodo 12:43-49) A páscoa e a circuncisão

v. 43 E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa: Nenhum estrangeiro comerá dela,

v. 44 mas o servo de cada homem comprado por dinheiro, depois que o tiveres circuncidado, dela comerá.
v. 45 O estrangeiro e o servo assalariado não comerão dela.

v. 46 Em uma casa se deverá comê-la; não levarás coisa alguma da carne para fora da casa, nem quebrareis seu osso.
v. 47 Toda a congregação de Israel deverá celebrá-la.

v. 48 E quando um estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, que todo o homem seja circuncidado, e depois, que ele se aproxime e a celebre. E ele será como aquele que é nascido na terra; porquanto nenhum incircuncidado comerá dela.

v. 49 Uma lei haverá para o que é nascido na terra, e para o estrangeiro que peregrinar entre vós.

A Páscoa era um evento familiar para aqueles que pertenciam à comunidade pactual de Israel, para quem a circuncisão era o sinal do pacto que Deus estava no processo de cumprir (Ex 2:24).

Toda a congregação deverá celebrá-la, e uma única lei se aplicaria a todos os que fizessem parte da comunidade pactual, quer por nascimento (e filiação na família por compra) ou por escolha de associação. A participação de uma mulher normalmente dependerá de suas ligações familiares.

Conclusão

Este momento marca uma das celebrações mais antiga dos judeus. Ela está totalmente relacionada ao sacrifício de Jesus, na cruz. Após mais de quatrocentos anos de escravidão, no Egito, Deus separaria Seu povo.

A primeira páscoa foi celebrada no mês de Abibe (Nisã), que equivale ao mês de Março/Abril, no nosso calendário. Páscoa (do hebraico Pessach), significa “passar por cima”, que representa, justamente, o ato de Deus passar ou, pular, as casas que tinham o sangue do cordeiro, os poupando, portanto, do juízo.

Além do caráter profético, que remetia ao Messias, a páscoa serviria para relembrar os israelitas do favor de Deus, que decidiu os tornar uma nação e os libertou do cativeiro.

Além do cordeiro, a celebração incluía pães asmos, sem fermento. Vemos as escrituras relacionando fermento com pecado, o que nos remete à pureza e santificação.

Também incluía ervas amargas, as quais representavam os momentos difíceis experimentados pelos israelitas, quando escravizados (Lamentações 3:15).

Vemos, anos depois, que, pouco antes de ser crucificado, Jesus celebrou a páscoa e utilizou o pão e o vinho para a celebração, em memória Dele, oportunidade em que, se institui a Ceia do Senhor. “Agora”, Cristo é nosso cordeiro pascal (1 Coríntios 5:7).

Logo, passamos a celebrar a morte e a ressurreição de Cristo, o qual se sacrificou, como um cordeiro perfeito, sendo que, por meio de Seu sangue, o juízo de Deus “passa por cima”, livrando aqueles que são seu povo.

Êxodo 12 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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