1 Samuel 2 Estudo: Um Novo Cântico

O segundo capítulo do livro de 1 Samuel oferece uma rica narrativa que explora temas como fé, justiça divina, e a resposta de Deus às orações fervorosas de Seus fiéis servos. Este capítulo nos leva a um profundo entendimento da natureza humana e da soberania de Deus sobre todas as coisas.

  1. A Oração de Ana (1 Samuel 2:1-10): A narrativa começa com a poderosa oração de Ana, uma mulher estéril que anseia por um filho. Sua oração não é apenas um pedido por um filho, mas uma expressão de louvor e gratidão a Deus pela Sua fidelidade e poder. Ana reconhece a soberania de Deus sobre todas as coisas e exalta Seu nome em meio às dificuldades.
  2. O Julgamento Divino sobre Hofni e Finéias (1 Samuel 2:12-36): A narrativa então se volta para os filhos do sumo sacerdote Eli, Hofni e Finéias, que agiam de forma corrupta e desonesta diante do serviço religioso. Deus envia um mensageiro para condenar suas ações e anunciar juízo sobre a casa de Eli. Este julgamento é um lembrete da santidade de Deus e Sua justiça inabalável.
  3. A Profecia sobre um Novo Sacerdote (1 Samuel 2:35): Apesar do julgamento sobre a casa de Eli, Deus promete estabelecer um novo sacerdote fiel que servirá diante Dele com integridade e temor. Esta profecia antecipa a futura liderança de Samuel, que surgirá como um servo de Deus comprometido e justo.

Esses elementos destacam a interação entre a oração fervorosa dos fiéis e a justiça divina que responde aos atos humanos. O capítulo 2 de 1 Samuel nos desafia a refletir sobre nossa própria comunhão com Deus e nosso compromisso com a retidão em todas as áreas de nossas vidas. Ele nos lembra que Deus é soberano e justo, e que Ele ouve as orações daqueles que O buscam com sinceridade e fé.

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(1 Samuel 2:1-10) A Oração de Ana

A oração de Ana em 1 Samuel 2:1-10 é uma expressão fervorosa de louvor e gratidão a Deus por Sua fidelidade e poder. Ana, uma mulher estéril, clama a Deus por um filho e, ao receber o filho Samuel como resposta à sua oração, ela transborda em louvor pela intervenção divina em sua vida. Sua oração não é apenas um pedido por um filho, mas uma declaração profunda de fé e confiança na soberania de Deus.

Ana começa sua oração exaltando a grandeza de Deus, reconhecendo Sua santidade e Seu poder supremo sobre todas as coisas. Ela proclama que não há ninguém como o Senhor, que não há rocha como o nosso Deus. Em seguida, ela testemunha a inversão de fortunas que Deus realiza, elevando os humildes e abatendo os orgulhosos. Ana revela uma compreensão profunda da justiça divina, reconhecendo que Deus recompensa os justos e castiga os ímpios.

A oração de Ana também destaca a soberania de Deus sobre a vida e a morte. Ela reconhece que é Deus quem dá a vida e a morte, quem faz descer à sepultura e faz subir. Essa afirmação reflete a confiança de Ana na providência divina e na capacidade de Deus para agir de acordo com Seu plano soberano.

Além disso, Ana profetiza sobre a exaltação dos fiéis e a derrota dos inimigos de Deus. Ela celebra a vitória do Senhor sobre Seus adversários e expressa confiança na proteção divina sobre Seus santos. A oração de Ana é um testemunho poderoso da fé e da devoção de uma mulher que confia plenamente em Deus e reconhece Seu poder transformador em sua vida.

O Julgamento Divino sobre Hofni e Finéias (1 Samuel 2:12-36)

O julgamento divino sobre Hofni e Finéias em 1 Samuel 2:12-36 destaca a santidade e justiça de Deus diante da corrupção sacerdotal. Os filhos do sumo sacerdote Eli desonravam o serviço religioso, agindo de forma corrupta. Deus, através de um mensageiro, anuncia juízo sobre a casa de Eli, demonstrando que a desobediência não será tolerada diante de Sua santidade.

Esse episódio nos lembra da importância da obediência e retidão diante de Deus e das consequências do pecado não apenas para os indivíduos, mas também para suas famílias e comunidades.

(1 Samuel 2:11) Samuel ministrava ao Senhor

v. 11 E Elcana foi a Ramá, para a sua casa. E a criança ministrava ao ­SENHOR diante de Eli, o sacerdote. 

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O termo ministrava não é usado para escravos, e geralmente denota um nível mais alto de serviço (Js 1:1), incluindo o serviço sacerdotal (Dt 10:8).

(1 Samuel 2:12) Filhos de Belial

v. 12 Ora, os filhos de Eli eram filhos de Belial; eles não conheciam o ­SENHOR. 

O termo filhos de Belial no original significa literalmente “filhos de Belial”. A expressão normalmente denota pessoas moralmente corrompidas: Ana usou a forma feminina da expressão quando rogou a Eli que não a considerasse uma filha de Belial (1 Sm 1:16). Não conheciam. Traduzido corretamente aqui.

(1 Samuel 2:13-14) Os filhos de Eli

v. 13 E o costume dos sacerdotes com o povo era que, quando qualquer homem oferecesse sacrifício, o servo do sacerdote vinha, enquanto a carne estava em fervura, com um gancho para carnes de três dentes em sua mão; 

v. 14 e ele o lançava na panela, ou tacho, ou caldeirão, ou pote; tudo o que o gancho de carne trazia para o alto, o sacerdote tomava para si. Assim faziam em Siló a todos os israelitas que para lá iam. 

As porções do sacrifício que cabiam aos sacerdotes foram especificamente prescritas na lei de Moisés (Lv 7:32-34). Um gancho para carnes de três dentes não foi estipulado em parte alguma; pelo contrário, os filhos de Eli estavam fazendo as suas próprias regras para o sacrifício, presumivelmente para assegurar mais para si mesmos.

(1 Samuel 2:15-16) A regra sobre a gordura do sacrifício

v. 15 Também antes de eles queimarem a gordura, o servo do sacerdote vinha, e dizia ao homem que sacrificava: Dá carne para o sacerdote assar; pois ele não terá carne mal cozida de ti, porém crua. 

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v. 16 E se qualquer homem lhe dissesse: Que não falhem em queimar a gordura neste momento, e, depois, toma tudo quanto desejar a tua alma; ele, então, responder-lhe-ia: Não; mas tu ma darás agora; se não, tomá-la-ei à força.

A gordura era a porção do sacrifício que pertencia ao Senhor (Lv 3:3-5). O texto implica que os filhos de Eli também estavam comendo a gordura dos animais sacrificiais. A advertência Que não falhem em queimar a gordura neste momento, – advertência esta que era negligenciada indica que o povo comum tinha uma consciência moral maior do que a dos filhos de Eli.

(1 Samuel 2:17) O pecado dos filhos de Eli

v. 17 Por isso o pecado dos jovens era muito grande diante do ­SENHOR; pois os homens abominavam a oferta do ­SENHOR. 

 O verbo hebraico traduzido como abominavam indica forte desagrado ou desprezo; ele também descreveria mais tarde o pecado de Davi com Bate-Seba (2Sm 12:14). Podemos entender como “tratar com pouco caso, desprezar” (Nm 14:11).

(1 Samuel 2:18) Éfoide

v. 18 Porém, Samuel ministrava diante do ­SENHOR, sendo criança, cingido com um éfode de linho. 

 Sobre ministrava,ver nota no versículo 11. O éfoide de linho de Samuel era a vestimenta semelhante a um colete usada pelos sacerdotes e pelo sumo sacerdote (Ex 28:6-13). Ela incluía um bordado e 12 pedras como lembrança visível das 12 tribos de Israel.

(1 Samuel 2:19) A túnica de Samuel

v. 19 Ademais, a sua mãe lhe fazia uma pequena túnica, e lha trazia de ano a ano, quando ela subia com o seu marido para oferecer o sacrifício anual. 

 A pequena túnica que Ana fazia para Samuel pode estar associada àquela prescrita para os sacerdotes (Êx 28:31). Samuel tinha saído da casa de Ana mas não do seu coração.

(1 Samuel 2:20) A bênção de Eli a Ana

v. 20 E Eli abençoava Elcana e sua esposa, e dizia: Que o ­SENHOR te dê semente desta mulher pelo empréstimo que é emprestado ao ­SENHOR. E eles seguiam para a sua própria casa. 

 Pelo empréstimo que é emprestado é literalmente “petição que ela pediu” ou “dedicado que ela dedicou” (1 Sm 1:28), e reforça a natureza especial do nascimento e da dedicação especial de Samuel.

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(1 Samuel 2:21) Ana concebe

v. 21 E o ­SENHOR visitou Ana, de modo que ela concebeu, e deu à luz três filhos e duas filhas. E o menino Samuel crescia diante do ­SENHOR. 

O Senhor visitou Ana é literalmente “Yahweh visitou Ana”. A mesma expressão hebraica ocorre com referência a Sara, esposa de Abraão, quando ela concebeu Isaque, outra criança prometida (Gn 21:1). Ana foi abundantemente abençoada, no entanto, os seus três filhos e duas filhas são, ainda assim, contrastados com o menino Samuel, que crescia diante do SENHOR.

(1 Samuel 2:22) Eli ciente dos pecados dos filhos

v. 22 Ora, Eli era muito velho, e ouvia tudo o que os seus filhos faziam a todo o Israel; e como eles se deitavam com as mulheres que se reuniam à porta do tabernáculo da congregação. 

As palavras muito antigas provavelmente sugerem a falta de força por parte de Eli para impedir os pecados de seus filhos, que,como o texto agora menciona, também incluíam a imoralidade sexual.

(1 Samuel 2:25) Uma advertência

v. 25 Se um homem pecar contra outro, o juiz o julgará; mas se um homem pecar contra o ­SENHOR, quem intercederá por ele? Não obstante, eles não atentaram à voz do seu pai, porque o ­SENHOR os mataria. 

 Em uma disputa entre dois homens, Deus (ou o juiz) podia intervir, mas se o pecado da pessoa fosse diretamente contra o SENHOR, nenhuma intercessão era possível – só a condenação. As palavras porque o SENHOR os mataria revela que bem semelhante ao caso do Faraó nos dias de Moisés (Êx 4:21), a incredulidade persistente de Hofni e Finéias fez com que Deus os entregou para julgamento.

(1 Samuel 2:26) Samuel é abençoado

v. 26 E o menino Samuel cresceu, e tinha o favor tanto do ­SENHOR, como também dos homens. 

A frase que o menino Samuel cresceu, e tinha o favor tanto do SENHOR, como também dos homens é notavelmente similar à descrição de Jesus quando ainda menino (Lc 2:52).

(1 Samuel 2:27) A profecia contra Eli e seus filhos

v. 27 E veio um homem de Deus até Eli, e lhe disse: Assim diz o ­SENHOR: Não apareci eu, claramente, à casa do teu pai, quando eles estavam no Egito, na casa de Faraó?

 À casa do teu pai… no Egito recorda a escolha que Deus fez de Arão (Êx 4:14-16).

(1 Samuel 2:28) As funções sacerdotais

v. 28 E eu o escolhi de todas as tribos de Israel para ser meu sacerdote, para ofertar sobre o meu altar, para queimar incenso, para vestir um éfode diante de mim. E eu dei à casa do teu pai todas as ofertas dos filhos de Israel feitas pelo fogo.

As responsabilidades listadas eram estritamente limitadas ao sacerdote, a quem a lei de Moisés designou como sendo dos filhos de Arão (Ex 28:1-5).

(1 Samuel 2:30) O juízo

v. 30 Por isso o ­SENHOR Deus de Israel diz: Eu disse, verdadeiramente, que a tua casa, e a casa de teu pai, deveria andar diante de mim para sempre; mas, agora, o ­SENHOR diz: Esteja isso longe de mim; pois honrarei os que me honram, e aqueles que me desprezam serão pouco estimados. 

Com as palavras estejam longe de mim, Deus indicou que Ele não pôs de lado Sua promessa à linhagem de Arão. As palavras honrarei os que me honram revelam que Deus tinha julgado a casa de Eli como inadequada para servir como família de sacerdotes entre os filhos de Arão.

(1 Samuel 2:31-32) A família de Eli é castigada

v. 31 Eis que vêm dias em que cortarei o teu braço, e o braço da casa do teu pai, e não haverá sequer um velho na tua casa. 

v. 32 E tu verás um inimigo na minha habitação, em toda a riqueza que Deus dará a Israel; e não haverá um velho sequer na tua casa para sempre. 

Em 1 Samuel 2:31-32, Deus envia uma mensagem ao sumo sacerdote Eli através de um profeta não nomeado, revelando Seu juízo sobre a casa de Eli devido à corrupção e pecado de seus filhos, Hofni e Finéias. Deus declara que Ele cortará a descendência de Eli e que nenhum membro de sua família viverá até a velhice.

Esses versículos destacam a justiça divina e as consequências do pecado. Hofni e Finéias não apenas desonraram o serviço sacerdotal, mas também desrespeitaram a santidade de Deus, levando à intervenção divina. Deus mostra que não poupará aqueles que desobedecem deliberadamente aos Seus mandamentos, mesmo que sejam membros de famílias sacerdotais.

Essa passagem nos lembra da seriedade do pecado aos olhos de Deus e da importância da obediência e reverência diante de Sua santidade. Ela também nos alerta sobre as consequências inevitáveis do pecado não confessado e não abandonado em nossas vidas.

(1 Samuel 2:34) O anúncio da morte de Hofni e Fineias

v. 34 E isto será um sinal para ti, que sobrevirá aos teus dois filhos, sobre Hofni e Fineias: Em um dia morrerão ambos. 

 Hofni E Finéias, os principais pecadores, seriam os primeiros a morrer – e no mesmo dia.

(1 Samuel 2:35) O prenuncio de outro ungido

v. 35 Eu levantarei para mim um sacerdote fiel, que fará de acordo com aquilo que está no meu coração e na minha mente; e para ele edificarei uma casa segura; e ele andará diante do meu ungido para sempre.

 Alguns sugerem que é a Samuel que a expressão um sacerdote fiel se refere, no entanto, Samuel não teve uma casa firmemente edificada (1 Sm 8:1-5). O termo pode denotar a linhagem sacerdotal de Zadoque, que finalmente sucedeu a linhagem de Eli (1Rs 2:27), ou todo e qualquer sacerdote que seguiu fielmente o Senhor.

O meu ungido designa a linhagem de Davi, para quem Deus também edificou firmemente uma dinastia (2Sm 7:11-16).

(1 Samuel 2:36) Demais prenúncios para a família de Eli

v. 36 E sucederá que, todo aquele que for deixado na tua casa virá e se agachará diante dele por um pedaço de prata e um bocado de pão, e dirá: Põe-me, rogo-te, em um dos ofícios dos sacerdotes, para que eu possa comer um pedaço de pão.

 Este versículo sugere que os descendentes de Eli não participariam nem mesmo das porções sacrificiais reservadas para os sacerdotes (Lv 2:3).

5 importantes lições que podemos aprender em 1 Samuel 2

  1. A importância da oração sincera: Ana exemplifica a eficácia da oração fervorosa e sincera ao clamar a Deus por um filho e expressar sua gratidão pela resposta divina.
  2. A santidade de Deus: O julgamento sobre Hofni e Finéias revela a santidade de Deus e Sua justiça inabalável diante do pecado e da corrupção.
  3. A soberania divina: Deus controla todas as coisas e opera de acordo com Seu plano soberano, como visto na resposta às orações de Ana e no julgamento sobre a casa de Eli.
  4. A importância da obediência: A desobediência traz consequências graves, como ilustrado pelo julgamento divino sobre os filhos de Eli. Isso nos lembra da necessidade de obedecer aos mandamentos de Deus e viver em retidão diante dEle.
  5. O cuidado de Deus pelos fiéis: Deus honra a fidelidade daqueles que O servem sinceramente, como visto na exaltação de Ana e na promessa de estabelecer um novo sacerdote fiel. Isso nos encoraja a confiar em Deus e a buscar Sua vontade em todas as circunstâncias.

Conclusão

O livro de 1 Samuel 2 nos apresenta uma variedade de lições valiosas que podemos aplicar em nossas vidas. Desde a poderosa oração de Ana até o julgamento divino sobre Hofni e Finéias, somos lembrados da importância da fé, da obediência e do temor a Deus.

A santidade e a soberania de Deus são enfatizadas, assim como Sua fidelidade em recompensar os fiéis e agir com justiça diante do pecado. Em última análise, somos desafiados a viver vidas que reflitam a glória de Deus, buscando Sua vontade em todas as coisas e confiando em Seu cuidado amoroso. Que possamos aprender com as lições de 1 Samuel 2 e aplicá-las em nossas próprias jornadas de fé.

1 Samuel 2 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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