João 4 Estudo: A Fonte de Água Viva
João 4 contém uma das conversas mais emblemáticas e transformadoras do evangelho, onde Jesus interage com uma mulher samaritana. Intencionalmente, Ele vai até um poço em Samaria e, ao encontrar a mulher que estava ali para tirar água, pede que ela lhe dê um pouco de água para beber. A mulher, surpresa, reage com espanto, pois samaritanos e judeus eram inimigos e não costumavam interagir amigavelmente.
No entanto, Jesus rapidamente redireciona o foco da conversa para algo mais profundo: uma “água viva” capaz de saciar para sempre. Com o diálogo avançando, a fé da mulher é despertada, e Jesus revela sua verdadeira identidade. O resultado dessa interação foi extraordinário: a mulher evangelizou toda a cidade de Samaria.
Neste estudo, também analisamos o segundo milagre relatado no capítulo: a cura do filho de um nobre, demonstrando a autoridade de Jesus sobre as enfermidades e fortalecendo sua missão.
Contexto Histórico
O capítulo 4 do Evangelho de João se passa ainda no início do ministério de Jesus, um período em que Ele começava a ganhar notoriedade, especialmente entre os fariseus, que se sentiam ameaçados por Sua crescente influência. Por causa disso, Jesus decidiu sair da Judeia e ir em direção à Galileia. No entanto, ao invés de seguir a rota mais comum que evitava a Samaria, Ele “precisava passar por Samaria” (João 4:4), demonstrando um propósito divino para essa viagem.
A importância dessa jornada para Samaria vai além da rota física. Jesus tinha um encontro planejado com uma mulher samaritana, alguém marginalizada por sua etnia e histórico pessoal. Esse encontro não apenas transformaria a vida dela, mas também impactaria toda a cidade, marcando um ponto importante na expansão da mensagem do Reino para além dos judeus. Ao escolher falar com uma samaritana, Jesus quebrou barreiras culturais e religiosas, demonstrando que o evangelho é para todos.
Após essa passagem por Samaria, quando finalmente chega à Galileia, Jesus realiza outro milagre, curando o filho de um oficial. Esse segundo sinal reforça Sua autoridade e confirma o poder que Ele havia demonstrado no milagre anterior, em Cana, quando transformou água em vinho. Assim, João 4 marca um momento significativo de transição e expansão no ministério de Jesus, onde Sua missão começa a alcançar pessoas e regiões fora do círculo judaico tradicional.
(João 4:1) A Investigação dos Fariseus sobre Jesus
1 Portanto, quando o Criador soube que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João,
Os fariseus, que já haviam investigado as credenciais de João Batista (João 1:19), agora voltavam sua atenção para Jesus. Eles ouviram que Jesus “fazia e batizava mais discípulos do que João” (João 4:1), o que começou a gerar preocupações. Os fariseus, líderes religiosos influentes da época, temiam a crescente popularidade de Jesus e sua mensagem, que atraía multidões.
Essa investigação não era apenas uma curiosidade, mas uma tentativa de avaliar a ameaça que Jesus representava ao seu controle religioso. A popularidade de Cristo estava começando a superar a de João, o que despertou ainda mais a atenção dos fariseus.
(João 4:2) Esclarecimento Sobre o Batismo
2 (embora o próprio Jesus não tenha batizado, mas os seus discípulos),
O evangelista João, autor deste Evangelho, faz aqui uma observação importante para esclarecer o que foi dito anteriormente em João 3:26, onde os discípulos de João Batista questionaram o fato de Jesus estar batizando e atraindo mais seguidores.
João explica que “o próprio Jesus não batizava, mas os seus discípulos“, destacando que o Mestre delegou essa função aos seus seguidores. Isso evita mal-entendidos sobre o papel de Jesus no batismo e ressalta seu foco em ensinar e conduzir as pessoas ao Reino de Deus, enquanto os discípulos realizavam o ato físico do batismo.
(João 4:3) Jesus Sai da Judeia em Direção a Galileia
3 ele deixou a Judeia, e partiu novamente para a Galileia.
A saída de Jesus da Judéia em direção à Galiléia mencionada neste versículo está conectada à decisão estratégica de evitar a crescente atenção dos fariseus, como também é mencionado em João 3:22. Essa mudança de local não foi apenas por prudência, mas também parte do plano de Jesus para expandir Seu ministério para outras regiões.
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Ao retornar à Galiléia, Ele continuaria proclamando a mensagem do Reino e realizando sinais, como o milagre que ocorreu em Caná. Isso demonstra o foco de Jesus em alcançar pessoas em diferentes lugares, cumprindo a missão dada por Deus.
(João 4:4) O Caminho Necessário por Samaria
4 E era-lhe necessário passar por Samaria.
A expressão “era-lhe necessário passar por Samaria” sugere que o caminho de Jesus não foi apenas uma escolha geográfica, mas parte do plano soberano de Deus. Embora a rota por Samaria fosse a mais curta entre a Judeia e a Galileia, muitos judeus evitavam essa passagem por preconceito e temor de contaminação espiritual, preferindo um trajeto mais longo ao redor do rio Jordão.
No entanto, Jesus escolheu deliberadamente passar por Samaria, indicando que havia um propósito maior: alcançar os samaritanos e transformar a vida da mulher no poço, conforme o plano do Criador.
(João 4:5) A Chegada de Jesus a Sicar
5 Então ele chega a uma cidade de Samaria, que é chamada Sicar, perto das terras que Jacó deu a seu filho José.
Sicar, situada a leste dos montes Gerizim e Ebal, é uma cidade de grande importância histórica. A menção das terras que Jacó deu a seu filho José se baseia na narrativa de Gênesis 48:21-22, onde Jacó, ao abençoar seus filhos, transferiu propriedades a José.
Esse terreno, localizado em Siquém, foi adquirido por Jacó dos filhos de Hamor, conforme Gênesis 33:18-19, e mais tarde se tornou o local do sepultamento de José, conforme relato em Josué 24:32. Assim, a localização de Sicar não é apenas geográfica, mas está profundamente enraizada na história da nação israelita.
(João 4:6) Jesus se Assenta ao Poço de Jacó
6 Ora, o poço de Jacó estava ali. Jesus, pois, cansado da sua viagem, assentou-se assim junto do poço, e era cerca da hora sexta.
Jesus estava cansado da sua viagem, o que enfatiza Sua humanidade genuína e completa. “Cansado da sua viagem” nos lembra que, embora seja o Filho de Deus, Ele também experimentou as limitações físicas e emocionais que todos nós enfrentamos. Ao assentar-se junto ao poço de Jacó, Jesus demonstra sua vulnerabilidade e disposição para interagir com as pessoas em seus momentos de necessidade.
Essa passagem revela não apenas a realidade de Sua condição humana, mas também Sua intenção de se conectar e oferecer esperança e salvação a todos, independentemente de suas circunstâncias.
(João 4:7-8) O Encontro com a Mulher Samarita
7 Então veio uma mulher de Samaria para tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 (Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimento).
Jesus e Seus discípulos costumavam levar pouco ou quase nada para comer durante suas viagens. Em vez disso, levavam dinheiro para comprar mantimentos ao longo do caminho, conforme indicado em João 13:29. Essa prática demonstra a dependência deles da provisão de Deus e o foco na missão de espalhar o evangelho.
Comprar comida era uma tarefa comum designada aos discípulos, e essa dinâmica mostra a organização do grupo. Ao pedir à mulher samaritana, “Dá-me de beber,” Jesus não apenas se envolveu em um ato cotidiano, mas também quebrou barreiras culturais e religiosas, desafiando a hostilidade entre judeus e samaritanos.
Importante ressaltar que Jesus não temia ser contaminado por alimento comprado em uma vila samaritana, evidenciando sua missão de redenção e inclusão. Ele estava disposto a superar preconceitos e se conectar com aqueles que eram considerados impuros para levar a mensagem do Reino de Deus a todos, sem exceções.
(João 4:9) Mulher Samaritana Fala a Jesus
9 Então, disse-lhe a mulher samaritana: Como é que tu, sendo um judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher de Samaria? Porque os judeus não se relacionam com os samaritanos.
O comentário da mulher sobre os judeus e samaritanos reflete uma realidade cultural profunda. Para os judeus, os samaritanos eram vistos como impuros devido a suas crenças e práticas, que eram diferentes das tradições judaicas.
Essa separação era tão severa que os rabinos consideravam os samaritanos como estando em um contínuo estado de impureza. “Porque os judeus não se relacionam com os samaritanos” expressa essa animosidade e destaca o surpreendente ato de Jesus ao pedir água a uma mulher samaritana.
Esse diálogo não apenas quebra barreiras sociais e culturais, mas também demonstra o amor inclusivo de Deus, que busca alcançar todos, independentemente de suas origens.
(João 4:10) Jesus Responde a Mulher Samaritana
10 Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
A referência de Jesus como doador de água viva possui um significado profundo e simbólico, que vai além da mera hidratação. Quando Ele diz: “Se tu conheceras o dom de Deus“, está se referindo a um presente espiritual que oferece saciedade duradoura, contrastando com a água comum. A expressão “água viva” evoca a ideia de uma fonte fresca e purificadora, como mencionado em Gênesis 26:19, onde a água é uma dádiva preciosa.
Deus é conhecido como a fonte da vida (Gênesis 1:11-12), e a Bíblia descreve-O como “a fonte de água viva” (Isaías 12:3). Além disso, em Números 20:8-11, vemos que a água flui da rocha, representando a provisão divina essencial para os israelitas. Assim, a oferta de Jesus não é apenas literal, mas também espiritual, simbolizando a vida eterna e a satisfação que só Ele pode proporcionar.
(João 4:11) Poço de Jacó
11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
O poço de Jacó é considerado um dos mais profundos da Palestina, atingindo atualmente mais de 30 metros de profundidade, podendo ser ainda mais profundo nos dias de Jesus. Quando a mulher diz: “Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo“, ela expressa sua incredulidade sobre a possibilidade de Jesus fornecer água viva sem uma ferramenta adequada para puxá-la.
Essa interação revela a diferença entre a compreensão humana e a sabedoria divina. O poço, além de ser um recurso físico, simboliza a necessidade espiritual que só Cristo pode satisfazer, reafirmando que a água que Ele oferece transcende o entendimento humano.
(João 4:12-13) A Tradição Samaritana sobre Jacó e o Poço
12 És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e os seus filhos, e o seu gado? 13 Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água terá sede novamente;
A mulher samaritana menciona que “Jacó deu o poço aos samaritanos, do qual ele mesmo bebeu, e os seus filhos, e o seu gado“, refletindo uma tradição popular que não é corroborada pelas Escrituras. No livro de Gênesis, não há registro de Jacó cavando um poço ou bebendo dele. Essa afirmação destaca como as tradições podem distorcer a verdade, levando as pessoas a confiar em narrativas não fundamentadas.
Jesus, ao responder que “qualquer que beber desta água terá sede novamente,” aponta para a insatisfação das necessidades físicas e a importância de buscar a verdadeira água viva, que Ele oferece, que sacia para sempre a sede espiritual.
(João 4:14) A Promessa da Água da Vida
14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, mas a água que eu lhe der, se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.
A expressão “se fará nele uma fonte de água a jorrar” evoca a promessa de alegria e vida abundante, semelhante à que encontramos em Isaías 12:3, onde se menciona a alegria de beber das águas da salvação. Jesus oferece uma água que sacia não apenas a sede física, mas também a sede espiritual, prometendo que quem beber dela receberá o dom da vida eterna.
Esse “jorrar” é uma referência à transformação interior que ocorre em quem crê, resultando em uma vida repleta da presença de Deus, que é a fonte de toda verdadeira satisfação e plenitude.
(João 4:15-17) Jesus Sabia Toda a Verdade
15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha sede e não venha aqui tirá-la. 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17 A mulher respondeu e disse: Eu não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Tu disseste bem: Eu não tenho marido;
A afirmação da mulher de que “Eu não tenho marido” é tecnicamente correta, mas pode ser enganosa. Essa resposta poderia dar a impressão de que ela não estava envolvida com ninguém, enquanto Jesus já conhecia toda a verdade sobre sua vida. A mulher estava, de fato, vivendo uma situação complicada, e sua declaração omitia a complexidade de seu passado.
Jesus, conhecendo sua história, a confrontou com amor e verdade, revelando que Ele sabia mais do que aparentava. Essa interação destaca a compaixão do Senhor e sua habilidade de revelar a verdade, mesmo quando as pessoas tentam esconder seus desafios.
(João 4:18) Relacionamento Ilícito
18 porque tu tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade.
A revelação de Jesus sobre a vida da mulher, afirmando que “tu tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido”, expõe a realidade de seus relacionamentos. Ela havia se envolvido com cinco homens, e atualmente estava vivendo com alguém sem estar casada.
Essa situação reflete a desobediência às normas de Deus, que proíbem relações sexuais fora do casamento, conforme encontrado em ambos os Testamentos. A honestidade de Jesus em expor sua vida pessoal mostra Seu conhecimento profundo e Seu amor, convidando-a a buscar a verdadeira satisfação que só Ele pode oferecer.
(João 4:19) A Mulher se Surpreende
19 Disse-lhe a mulher: Senhor, Eu vejo que tu és um profeta.
A mulher samaritana, ao ouvir as palavras de Jesus sobre sua vida, conclui que “tu és um profeta”. Ela reconhece que Jesus conhecia detalhes íntimos de sua existência, evidenciando um conhecimento sobrenatural. Essa percepção destaca não apenas a capacidade de Jesus de revelar verdades ocultas, mas também Sua autoridade espiritual.
Na tradição judaica, um profeta era alguém escolhido por Deus para transmitir mensagens e advertências ao povo. A mulher, ao identificá-Lo dessa maneira, demonstra uma abertura para entender sua necessidade espiritual e, consequentemente, para receber o dom que Jesus estava oferecendo: a água viva que sacia a sede da alma.
(João 4:20-23) Obediência ao Pacto
20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde o homem deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação é dos judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais para adorá-lo.
A menção ao “monte” por parte da mulher refere-se ao monte Gerizim, que tem uma rica história no Antigo Testamento. Este monte foi o local onde as bênçãos da obediência ao pacto foram proclamadas por Moisés (Deuteronômio 11:29). Além disso, Moisés ordenou a construção de um altar ali (Deuteronômio 27:4-6).
A importância desse lugar é reforçada pelas figuras de Abraão e Jacó, que também erigiram altares na região (Gênesis 12:7). A mulher samaritana, ao mencionar a adoração em Gerizim, destaca a rivalidade entre os samaritanos e os judeus, que consideravam Jerusalém como o único local legítimo para adorar a Deus.
A resposta de Jesus revela uma nova compreensão sobre a adoração: “nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.” Ele aponta para uma era em que a verdadeira adoração transcenderá locais físicos, sendo guiada pelo espírito e pela verdade, pois Deus busca adoradores que se conectem com Ele de maneira autêntica e espiritual.
(João 4:24) Adoração Verdadeira
24 Deus é um Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade.
A afirmação de que “Deus é um Espírito” revela uma verdade fundamental sobre a natureza de Deus. Isso implica que, diferentemente dos deuses das nações vizinhas, que eram representados por ídolos e imagens (Êxodo 20:4), Deus não pode ser limitado a formas físicas. Por isso, os israelitas eram instruídos a não criar ídolos, pois isso distorceria a verdadeira essência de Deus.
Jesus, ao declarar que “os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade,” enfatiza que a adoração verdadeira transcende lugares específicos ou rituais externos. A verdadeira adoração é uma conexão do coração e da alma com o Senhor, expressa em sinceridade e autenticidade.
Portanto, o foco não deve estar em onde adoramos, mas em como adoramos: com integridade e um espírito voltado para Deus, o Criador e Altíssimo. Isso nos convida a buscar um relacionamento mais profundo e íntimo com Ele.
(João 4:25) A Esperança do Messias
25 A mulher disse-lhe: Eu sei que vem o Messias, que se chama o Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.
A mulher samaritana reconhece a expectativa da vinda do Messias, mencionando que “vem o Messias, que se chama o Cristo.” O termo “Cristo” é uma tradução do hebraico “Messias,” que significa “o ungido.” Este título indica que Jesus é o escolhido por Deus para cumprir as promessas de salvação e redenção.
A mulher acreditava que, ao chegar, o Messias “nos anunciará todas as coisas,” referindo-se à revelação completa da verdade e da vontade de Deus para Seu povo. Isso destaca a esperança e a expectativa messiânica presentes na época, que Jesus, de fato, veio para cumprir.
(João 4:26-27) Jesus Revela Sua Identidade aos Discípulos e à Mulher Samaritana
26 Jesus disse-lhe: Eu o sou, o que fala contigo. 27 E nisto vieram os seus discípulos e maravilharam-se de que ele estivesse falando com a mulher; todavia, nenhum homem lhe disse: O que tu procuras? Ou: Por que tu falas com ela?
A surpresa dos discípulos ao encontrarem Jesus conversando com a mulher samaritana reflete a norma cultural do judaísmo da época.
Era comum o ensino de que prolongar conversas com mulheres, incluindo esposas, era considerado uma perda de tempo, distraindo as pessoas do estudo das Escrituras e da meditação em Deus. “E nisto vieram os seus discípulos e maravilharam-se de que ele estivesse falando com a mulher.” Jesus, ao quebrar essas normas, demonstrou que a mensagem do Evangelho e a salvação são para todos, independentemente de gênero ou etnia.
Essa interação não só desafiou os preconceitos da época, mas também preparou o terreno para que a mulher se tornasse uma das primeiras evangelistas, levando a mensagem de Cristo para sua cidade. Essa atitude de Jesus revela o amor inclusivo de Deus, que busca relacionar-se com todos os seres humanos.
(João 4:28) A Mulher Samaritana e seu Cântaro
28 A mulher então, deixou o seu cântaro, e foi no caminho da cidade, e disse aos homens:
A mulher samaritana, ao chegar ao poço, trazia consigo um cântaro, possivelmente um jarro de barro que ela carregava sobre o ombro ou quadril. No entanto, ao se encontrar com Jesus, sua perspectiva mudou radicalmente. “A mulher então, deixou o seu cântaro, e foi no caminho da cidade…” Ela abandonou o propósito original de coletar água e se apressou em compartilhar a boa nova sobre Jesus com os moradores da sua cidade.
Essa atitude demonstra a transformação que ocorre quando alguém encontra Cristo: as prioridades mudam, e o desejo de testemunhar Sua mensagem se torna mais importante do que as necessidades materiais. A mulher se tornou uma mensageira do Evangelho, evidenciando como o encontro com Jesus pode impactar profundamente a vida de uma pessoa.
(João 4:29) Não é Este o Cristo?
29 Vinde, vede um homem que me disse todas as coisas que eu tenho feito; não é este o Cristo?
A afirmação da mulher samaritana sobre Jesus saber “todas as coisas que eu tenho feito” pode soar exagerada, mas reflete seu deslumbramento e transformação após o encontro com Ele. Essa experiência a levou a reconhecer Jesus como o Messias prometido.
Ela não apenas compartilhou seu testemunho, mas também convidou os outros a se juntarem a ela, dizendo: “Vinde, vede um homem que me disse todas as coisas que eu tenho feito; não é este o Cristo?” Essa declaração ressalta a profundidade da revelação que ela recebeu e seu desejo de compartilhar essa verdade com sua comunidade.
(João 4:30-31) Estado de Espírito de Jesus
30 Então, eles saíram da cidade e foram até ele. 31 Enquanto isso os seus discípulos lhe suplicavam, dizendo: Mestre, come.
A expressão “Mestre, come” revela a preocupação constante dos discípulos com o bem-estar de Jesus. Após uma longa viagem, Ele estava visivelmente cansado e, segundo a passagem anterior, “Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte“.
Nesse momento, Ele ainda não havia comido nada. A solicitação dos discípulos não é apenas uma demonstração de cuidado, mas também um reconhecimento da necessidade de Jesus em sua humanidade.
Isso ressalta a intimidade da relação entre Jesus e seus discípulos, mostrando que, mesmo como o Filho de Deus, Ele experimentou exaustão e necessidade física, convidando-nos a compreender que a busca por alimentação e descanso é parte da vida humana.
(João 4:32-34) Suprimento da Missão de Jesus
32 Mas ele lhes disse: Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis. 33 Portanto, os discípulos diziam uns aos outros: Acaso algum homem lhe trouxe algo de comer? 34 Jesus disse-lhes: O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra.
Para Jesus, realizar a vontade de Deus e cumprir Sua missão era mais importante do que qualquer necessidade física, como a comida. Quando Ele disse “Eu tenho um alimento para comer, que vós não conheceis“, estava destacando que Sua satisfação vinha de obedecer ao Pai.
Isso reflete o ensinamento de Mateus 4:4, onde Jesus afirma que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus“. A obra que Ele mencionou era Sua missão redentora, como descrito em João 17:4, onde Ele fala de ter completado a obra que o Pai lhe confiou. Assim, Seu propósito divino era mais crucial que qualquer necessidade física.
(João 4:35) A Colheita Já Está Pronta
35 Não dizeis vós: Ainda há quatro meses, e então virá a colheita? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede os campos, porque eles já estão brancos para a colheita.
Na agricultura, há um intervalo significativo entre a semeadura e a colheita. Jesus, no entanto, ensina aos discípulos que, com Sua vinda, a semeadura (pregação) e a colheita (conversões) ocorrem quase simultaneamente. Ele afirma: “Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede os campos, porque eles já estão brancos para a colheita”. Essa mensagem ressalta que muitos estão prontos para ouvir a Palavra de Deus, como os samaritanos que se aproximam (v. 39-42).
Jesus encoraja os discípulos a não adiarem a pregação, pois a colheita de almas é iminente. Esse ensino nos lembra que devemos estar sempre prontos para compartilhar nossa fé, reconhecendo que Deus já está trabalhando nos corações ao nosso redor, preparando-os para a salvação.
(João 4:36) A Colheita e a Recompensa dos Ceifeiros
36 E o que ceifa recebe salário, e ajunta fruto para a vida eterna; para que o que semeia e o que ceifa possam juntamente se regozijar.
Esse ditado evoca a promessa de Amós 9:13, que fala da prosperidade da nova era. Jesus estava introduzindo a era messiânica, marcada por uma colheita rápida e abundante. Em João 4:36, lemos: “E o que ceifa recebe salário, e ajunta fruto para a vida eterna”. Aqui, Jesus enfatiza a importância do trabalho evangelístico, onde os ceifeiros recebem recompensas por suas ações.
A colheita é um símbolo da vida eterna, e aqueles que semeiam e ceifam podem se alegrar juntos, pois estão contribuindo para o Reino de Deus e ajudando outros a conhecerem o Senhor.
(João 4:37) Semeadura e Colheita: O Trabalho Conjunto no Reino de Deus
37 Porque nisto é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro, o que ceifa.
Esse ditado remete a Miquéias 6:15, que diz: “Tu semearás, mas não colherás”. No entanto, a adaptação de Jesus não menciona julgamento. Ele se refere a aqueles que semearam, como Ele mesmo e Seus antecessores, incluindo João Batista, o último profeta do Antigo Testamento.
Em João 4:37, lemos: “Um é o que semeia, e outro, o que ceifa”. Isso destaca que os seguidores de Jesus são os beneficiários do trabalho realizado por outros. Eles estão prontos para colher os frutos da salvação e do ministério, mostrando que a obra de Deus é um esforço coletivo e contínuo.
(João 4:38-39) Sicar: A Cidade que Creu no Testemunho da Mulher
38 Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros homens trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39 E muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher, que testificou: Ele me disse tudo que eu tenho feito.
A referência a “daquela cidade” diz respeito a Sicar (conforme mencionado em João 4:5). Apesar de a mulher samaritana ter uma reputação questionável, sua sinceridade e, possivelmente, uma mudança visível em seu comportamento, impactaram profundamente os moradores da cidade.
Em João 4:38, Jesus diz: “Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros homens trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”. Isso destaca que os discípulos estavam colhendo frutos do trabalho realizado por outros, incluindo a própria mulher.
A palavra da mulher teve um papel crucial na conversão dos samaritanos, pois muitos creram em Jesus após ela compartilhar sua experiência, dizendo: “Ele me disse tudo que eu tenho feito” (João 4:39). Sua transformação pessoal e o testemunho sobre Cristo demonstram que Deus pode usar qualquer pessoa, independentemente de seu passado, para levar outros a conhecerem a verdade e a salvação em Cristo.
(João 4:40) A Acolhida dos Samaritanos
40 Assim então os samaritanos foram até ele, e pediram-lhe que ficasse com eles; e ele ficou ali dois dias.
Jesus demonstrou que não compartilhava do preconceito judaico em relação aos samaritanos ao permanecer dois dias com eles. Essa ação revela a disposição de Jesus em quebrar barreiras sociais e culturais, mostrando que Seu amor e mensagem são para todos, independentemente de suas origens.
Ao interagir com os samaritanos, Ele ensina que o Reino de Deus é inclusivo e que todos têm acesso à salvação e à verdade que Ele oferece. Essa atitude desafiadora contrasta com a visão comum da época e destaca a missão de Jesus em trazer esperança a todos, especialmente aqueles marginalizados.
(João 4:41-42) O Salvador
41 E muitos mais creram por causa da sua própria palavra; 42 e diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.
Assim como outros haviam feito antes (João 1:40), a mulher samaritana trouxe pessoas a Jesus para que elas pudessem conhecer o Salvador pessoalmente. Em João 4:41, lemos: “E muitos mais creram por causa da sua própria palavra.” Essa crença não se baseava apenas no testemunho da mulher, mas na experiência direta que tiveram ao ouvir Jesus.
Eles disseram: “Já não é pelo que disseste que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido” (v. 42). Isso marca um ponto importante na missão de Jesus, indicando que Sua mensagem de salvação é universal e acessível a todos, não apenas aos judeus.
Essa grande colheita entre os samaritanos representa a extensão da missão redentora de Jesus, conforme previsto em João 11:51-52, e se reflete na missão da igreja primitiva, que também alcançou os samaritanos (Atos 8:4-25).
O padrão missionário de Jesus na Judeia, em Samaria e entre os gentios antecipa o chamado da igreja após o Pentecostes (Atos 1:8), mostrando que a mensagem do Senhor é para todos os povos.
(João 4:43) Jesus Partiu de Sicar e Chegou á Galileia
43 Ora, após os dois dias, ele partiu de lá, e foi para a Galileia.
Após passar dois dias em Sicar, Jesus partiu em direção à Galileia. A viagem entre Sicar e Caná era de aproximadamente 64 quilômetros, o que demandava de dois a três dias de caminhada. Essa jornada ilustra a determinação de Jesus em continuar Sua missão de evangelização, levando a mensagem de salvação a diferentes povos.
Ao se deslocar, Ele não apenas cumpria um itinerário, mas também ampliava o alcance de Seu ministério. A Galileia, conhecida por sua diversidade, seria o cenário para muitos de Seus milagres e ensinamentos, refletindo a inclusão e a esperança que Sua mensagem trazia para todos.
(João 4:44) A Falta de Honra do Profeta em Sua Terra
44 Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria terra.
A expressão “um profeta não tem honra na sua própria terra” refere-se à dificuldade que um profeta enfrenta ao ser reconhecido e aceito entre os que estão mais próximos a ele, como sua família e amigos. No versículo 44, Jesus enfatiza essa realidade ao afirmar que, mesmo sendo o Messias, Ele não receberia a honra que merece em sua terra natal, Nazaré.
Essa rejeição é corroborada em Mateus 13:57, onde Jesus também é citado, mostrando que a familiaridade com uma pessoa pode gerar desconfiança e falta de respeito por sua autoridade.
Essa falta de honra não se limita apenas a Jesus, mas é uma verdade que se repete na vida de muitos mensageiros de Deus. Frequentemente, aqueles que conhecem bem um profeta podem subestimar seu papel e seu chamado, levando a um ceticismo que impede o reconhecimento de sua verdadeira missão.
Portanto, essa passagem nos alerta sobre como a familiaridade pode prejudicar o reconhecimento do valor de pessoas que, apesar de suas origens, são escolhidas por Deus para cumprir um propósito especial.
(João 4:45) Boas Vindas dos Galileus
45 Então, quando ele chegou à Galileia, os galileus o receberam, porque viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da festa; porque também eles foram à festa.
A recepção calorosa dos galileus a Jesus, conforme registrado em João 4:45, deve ser entendida no contexto das experiências anteriores do povo, mencionadas nos versículos 44 e 48, bem como em João 2:23-25.
Os galileus estavam cientes das obras e milagres que Jesus realizara durante a festa em Jerusalém, onde muitos o viram como um milagreiro impressionante. Sua aceitação estava baseada não apenas na fé, mas também na curiosidade e na expectativa de mais sinais e maravilhas.
Entretanto, essa recepção não é isenta de crítica. Nos versículos mencionados, Jesus expressa sua preocupação com a superficialidade da fé do povo, que muitas vezes busca apenas por milagres em vez de um relacionamento profundo com Deus. Assim, a atitude dos galileus serve como um lembrete de que a verdadeira fé deve ir além da busca por sinais e maravilhas, alicerçando-se em um entendimento e compromisso sinceros com o Senhor.
Essa dinâmica entre fé, expectativa e a verdadeira natureza do discipulado é um tema recorrente na mensagem de Jesus, enfatizando a importância de reconhecer seu papel como o Messias, não apenas por suas obras, mas por seu ensino e a verdade que Ele representa.
(João 4:46) Centurião Gentio
46 Assim Jesus veio novamente a Caná da Galileia, onde ele da água fizera vinho. E havia ali um nobre, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum.
O nobre mencionado em João 4:46 provavelmente era um centurião gentio a serviço de Herodes Antipas, conforme sugerido por passagens paralelas, como em Marcos 6:14. Seu filho estava gravemente enfermo em Cafarnaum, apresentando febre, o que indicava uma condição séria e possivelmente terminal, como se evidencia em João 4:47.
A busca desesperada do nobre por Jesus revela sua fé e determinação em encontrar ajuda, mesmo que isso significasse se submeter a um judeu, desafiando as normas sociais de sua época. Essa narrativa destaca a compaixão de Jesus e sua disposição em ajudar aqueles que estão em necessidade, independentemente de sua origem.
(João 4:47) O Nobre Pede a Jesus que Cure seu Filho
47 Ouvindo este que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi até ele e pediu-lhe para descer e curar o seu filho, porque ele já estava à morte.
A distância entre Cafarnaum e Caná é de cerca de 24 quilômetros, com um percurso que, em grande parte, consiste em subidas montanhosas, conforme mencionado em João 2:12. Essa jornada exigia esforço físico considerável, refletindo a determinação do nobre em buscar ajuda.
Ao saber que Jesus estava se dirigindo da Judeia para a Galileia, ele foi até Jesus e implorou que descesse até Cafarnaum para curar seu filho, que estava gravemente enfermo e à beira da morte. Essa ação demonstra não apenas a fé do nobre, mas também a urgência de sua situação, destacando a compaixão de Jesus para com os necessitados.
(João 4:48) Sinais e Maravilhas
48 Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e maravilhas, não crereis.
A expressão sinais e maravilhas provavelmente faz referência aos milagres que Moisés realizou durante o êxodo do Egito, que serviram como demonstrações do poder de Deus. Ao dizer: “Se não virdes sinais e maravilhas, não crereis,” Jesus repreendeu a dependência das pessoas em relação a milagres para crer.
Para o apóstolo João, os milagres de Jesus eram mais do que atos extraordinários; eles funcionavam como sinais que revelavam a verdadeira identidade messiânica de Jesus, apontando para seu papel como o Salvador prometido. Essa ênfase destaca a importância da fé baseada em um relacionamento pessoal com Jesus, e não apenas nas demonstrações de poder.
(João 4:49-50) Milagre de Jesus a Distância
49 O nobre disse-lhe: Senhor, desce, antes que meu filho morra. 50 Disse-lhe Jesus: Vai pelo teu caminho, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e ele foi em seu caminho.
Esse episódio é um raro exemplo de um milagre realizado à distância, semelhante ao relato encontrado em Mateus 8:5-13. Quando Jesus disse: “Vai pelo teu caminho, o teu filho vive,” Ele demonstrou seu poder e autoridade, reforçando que a cura não precisava ser acompanhada da presença física.
A declaração de que o filho do nobre estava vivo pode evocar a famosa afirmação de Elias em 1 Reis 17:23, estabelecendo uma comparação entre a atividade messiânica de Jesus e o ministério de cura de Elias. Esse milagre não apenas destaca o poder de Jesus, mas também a importância da fé, já que o homem acreditou na palavra de Jesus e partiu para casa confiante em sua promessa.
(João 4:51-54) O Segundo Milagre de Jesus e a Cura do Filho do Nobre
51 E, enquanto ele descia, saíram-lhe ao encontro os seus servos e lhe contaram dizendo: O teu filho vive. 52 Perguntou-lhes, pois, a que hora ele começara a melhorar; e disseram-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou. 53 Assim o pai reconheceu que foi na mesma hora em que Jesus lhe dissera: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa. 54 Este foi o segundo milagre que Jesus fez, quando ele ia da Judeia para a Galileia.
O segundo milagre de Jesus, realizado enquanto Ele retornava de Jerusalém para a Galileia, marca um ponto significativo em seu ministério. Os sinais feitos em Caná, conforme mencionado em João 2:11, refletem a continuidade do seu poder de cura, que também se manifestou em Jerusalém, como indicado em João 2:23. Ao receber a notícia da recuperação de seu filho, o nobre percebeu que a cura ocorreu “ontem à sétima hora,” exatamente quando Jesus afirmou que seu filho estava vivo.
Esse momento não apenas confirma a autoridade de Jesus, mas também leva o nobre e sua família a crerem verdadeiramente nele. Assim, João encerra o ciclo do primeiro circuito do ministério de Jesus, começando e terminando em Caná da Galileia, conforme descrito nos versículos 43-54.
Conclusão
Concluímos neste estudo de João 4 que a forma como adoramos o Senhor deve ser refletida em nossas palavras e ações. Muitas vezes, Jesus não é o centro de nossas vidas; ao invés disso, tentamos viver de forma independente, preferindo as águas finitas de um poço à fonte de águas vivas que Ele oferece.
A verdade é que a graça do Senhor flui de maneira abundante em nossas vidas quando O colocamos como prioridade. Tanto a mulher samaritana quanto o nobre reconheceram a importância de confiar em Jesus e desejar o que Ele tinha a oferecer. Essa atitude não apenas atendeu suas necessidades, mas também lhes proporcionou uma nova perspectiva sobre a vida.
Assim, precisamos cultivar esse mesmo desejo em nossos corações, buscando não apenas as bênçãos, mas o próprio Abençoador. Muitas vezes, ainda duvidamos e, por isso, vivemos aquém do que Deus tem para nós. No entanto, reconhecer essa realidade é o primeiro passo para recomeçar e transformar nossa adoração ao Senhor, permitindo que Ele realmente ocupe o lugar central em nossas vidas.
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