João 3 Estudo: Nicodemos e o Novo Nascimento
Neste capítulo de João 3 estudo, um fariseu chamado Nicodemos procurará por Jesus no meio da noite e este o ensinará que todas as pessoas precisam nascer de novo para entrar no reino de Deus.
Logo após, João, o Batista, explicará a seus discípulos que sua missão era preparar o caminho para Jesus Cristo.
João 3 estudo: Contexto histórico
Anteriormente, em Caná da Galileia, lemos que o Senhor realizara seu primeiro milagre público ao transformar a água em vinho, num casamento.
Logo após, Jesus Cristo foi até Jerusalém para a Páscoa, e lá chegando, viu o descaso com a casa de seu Pai e purificou o templo, expulsando os cambistas que profanavam o lugar.
(João 3:1) Jesus e Nicodemos
v. 1 Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um governante dos judeus;
Nicodemos era um nome comum na Palestina do 119 século. Governante dos judeus se refere ao órgão governativo judaico conhecido como o Sinédrio.
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(João 3:2) A humildade de Nicodemos
v. 2 este veio de noite a Jesus, e lhe disse: Rabi, nós sabemos que és mestre vindo de Deus; porque nenhum homem pode fazer estes milagres que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
A vinda de Nicodemos a Jesus à noite pode ter conotações negativas (é provável que “noite” seja negativa em Jo 13:30, mas não em Jo 21:3; ver também a referência ao mesmo episódio sem conotação negativa aparente em Jo 19:39).
Vindo de um “mestre em Israel”, a forma de tratamento usada (mestre) denotava respeito, especialmente pelo fato de ser conhecido que Jesus não possuía treinamento rabínico formal (Jo 7:15).
Os milagres mencionados no Evangelho de João, presumivelmente, compreendiam aqueles realizados em Jerusalém (Jo 2:23), possivelmente a purificação do templo.
(João 3:3-8) Nascer de novo
v. 3 Respondeu-lhe Jesus, dizendo: Na verdade, na verdade eu te digo: Se um homem não nascer de novo, ele não pode ver o reino de Deus.
v. 4 Nicodemos disse a ele: Como pode um homem nascer, sendo ele velho? Pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe, e nascer?
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v. 5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade eu te digo: Se um homem não nascer da água e do Espírito, ele não pode entrar no reino de Deus.
v. 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
A discussão da necessidade de um novo nascimento espiritual desenvolve a referência, no prólogo (Jo 1:12-13), aos “filhos de Deus” que “nasceram de Deus”. Sobre filhos de Deus”, ver Jo 8:39-58 e Jo 11:51-52.
A expressão nascer da água e do Espírito provavelmente se refere ao nascimento espiritual que purifica do pecado e produz transformação espiritual (Ez 36:25-27).
O reino de Deus, um tópico importante nos outros Evangelhos, só é mencionado por João nos versículos 3,5 (ver a referência ao reino de Jesus em Jo 18:36).
(João 3:7) Isso é para todos
v. 7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
Vos, no plural, provavelmente referindo-se a Nicodemos e outros membros do Sinédrio (cp. v. 1,11).
(João 3:8-9) A dúvida de Nicodemos
v. 8 O vento sopra onde quer, e tu ouves o seu som, mas não sabes de onde vem, e para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
v. 9 Nicodemos respondeu e lhe disse: Como pode ser estas coisas?
Jesus ilustrou Seu pronunciamento nos versículos 3-5 com uma analogia entre o vento e uma pessoa nascida do Espírito. Vento e Espírito são traduções da mesma palavra, no grego e no hebraico (Gr. pneuma; Heb. ruach).
Embora a origem do vento seja invisível, seus efeitos podem ser observados; o mesmo acontece com os que nascem do Espírito.
(João 3:10-11) Tu não entendes?
v. 10 Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre em Israel e não entendes estas coisas?
v. 11 Na verdade, na verdade eu te digo que nós falamos o que sabemos, e testemunhamos o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho.
Jesus pode estar aqui “retornando o cumprimento (ver nota no v. 2), embora censure Nicodemos por sua falta de compreensão.
(João 3:12-13) Coisas terrenas e coisas celestiais
v. 12 Se eu vos falei de coisas terrenas, e vós não credes, como crereis, se eu vos falar das coisas celestiais?
v. 13 E nenhum homem subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu, o Filho do homem que está no céu.
A declaração de Jesus pode aludir a Pv 30:4. Só Jesus desceu do céu e voltou para lá (Lc 24:51 – At 1:9).
(João 3:14-15) A serpente de bronze
v. 14 E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;
v 15 para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
A referência ao Filho do homem sendo levantado é a primeira de três declarações do tipo “levantado” em João (Jo 8:28).
Todas as três falam do futuro levantamento do Filho do homem com duplo sentido (talvez inspiradas pela linguagem de Is 52:13).
A referência nesse versículo invoca a ação de Moisés levantando uma serpente de bronze no deserto para que todo aquele que fosse mordido por uma serpente venenosa e olhasse com fé para a serpente de bronze fosse curado (Nm 21:8-9).
A terceira e última declaração do tipo “levantado” (Jo 12:32) enfatiza que o levantamento do Filho do homem se refere à crucificação de Jesus (cp. 12:33 e a referência similar ao martírio de Pedro em Jo 21:19).
(João 3:16-18) O versículo universal
v. 16 Porque Deus amou tanto ao mundo que ele deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
v. 17 Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo possa ser salvo através dele.
v. 18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porque não creu no nome do unigênito Filho de Deus.
Por amor, Deus deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna (ver notas em Jo 14:6).
A designação favorita de João para Jesus é o Filho enviado pelo Pai (Jo 3:34) imagem tomada do conceito judaico do shaliach (mensageiro), segundo o qual o enviado é como aquele que envia e busca fielmente os interesses de quem o enviou.
Jesus é esse “Enviado” por excelência (Jo 9:7), e Ele, por Sua vez, envia os Seus discípulos. Ser enviado implica que a comissão, a incumbência e a mensagem são emitidas por aquele que envia, em vez de se originarem com os enviados.
O papel dos mensageiros é cumprir sua comissão de acordo com a vontade daquele que os enviou.
(João 3:19-21) Os homens amam as trevas
v. 19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque os seus atos eram maus.
v. 20 Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que os seus atos não sejam reprovados.
v. 21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que os seus atos possam ser manifestos, pois eles são forjados em Deus.
Sobre Jesus como a luz, ver nota em Jo 8:12.
(João 3:22) Jesus vai a Judeia
v. 22 Após estas coisas Jesus foi com os seus discípulos para a terra da Judeia; e estava ali com eles e batizava.
Jesus deixou a vizinhança de Jerusalém e foi para a terra da Judeia. Em Jo 4:3, Ele saiu inteiramente da Judeia e voltou para a Galileia através de Samaria.
(João 3:23-26) João, o batista, fala de Jesus
v. 23 E João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia ali muitas águas; e eles vinham, e eram batizados.
v. 24 Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão.
v. 25 Então, levantou-se uma questão entre alguns dos discípulos de João e os judeus acerca da purificação.
v. 26 E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, eis que está batizando, e todos os homens vão até ele.
Sobre João Batista como testemunha de Jesus, ver nota em Jo 5:31-47.
(João 3:27-28) Eu não sou o Cristo
v. 27 João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu.
v. 28 Vós mesmos me sois testemunhas de que eu disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.
A afirmação de João de que ele tinha sido enviado adiante do Messias pode aludir a Ml 3:1 (cp. Mt 11:10 – Mc 1:2 – Lc 7:27).
(João 3:29) O amigo do noivo
v. 29 Aquele que tem a noiva é o noivo, mas o amigo do noivo, que está presente e o ouve, alegra-se muito com a voz do noivo. Esta minha alegria está cumprida.
A referência de João a Jesus como o noivo (cp. Mt 9:15) identifica Jesus como o tão esperado Rei e Messias de Israel.
No antigo testamento, Israel é frequentemente retratado como “noiva” de Deus (Is 62:4-5 – Jr 2:2 – Os 2:16-20).
O papel de João era o de amigo do noivo, que está presente e o ouve, que abnegadamente se alegrava com o noivo.
(João 3:30) O propósito
v. 30 Ele deve crescer, mas eu devo diminuir.
João Batista minimizou as preocupações de seus discípulos expressas no versículo 26. Agora que a Luz tinha vindo, a “lâmpada” tinha acabado a sua tarefa.
(João 3:31-33) O selo
v. 31 Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que está na terra é da terra, e fala da terra; aquele que vem do céu é sobre todos.
v. 32 E o que ele tem visto e ouvido, isso ele testifica; e nenhum homem aceita o seu testemunho.
v. 33 Aquele que tem recebido seu testemunho, estabeleceu o seu selo que Deus é verdadeiro.
Selo (Gr. sphrogizo) significa literalmente “selar” no sentido de confirmar ou autenticar alguma coisa como verdadeira (ver nota em Jo 6:27-29).
(João 3:34) Jesus é o enviado
v. 34 Pois aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus não lhe dá o Espírito por medida.
Sobre Jesus como o receptor do Espírito de Deus, ver nota em Jo 1:32-34 (ver também Ap 3:1; 5:6).
(João 3:35-36) O Pai ama o Filho
v. 35 O Pai ama ao Filho, e tem dado todas as coisas em suas mãos.
v. 36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; e aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
Tem a vida eterna indica que a vida eterna não é apenas uma expectativa futura, mas já é uma experiência presente.
A ira de Deus permanece sobre ele deixa claro que, a menos que uma pessoa creia em Jesus, o Messias, ela permanece debaixo do juízo de Deus (v. 19-21).
Conclusão
Ah, que capítulo! A conversa entre Jesus e Nicodemos é uma obra de arte, uma das passagens mais lindas e sábias da palavra de Deus.
Jesus, com toda a sua calma e sabedoria ensinando um mestre da lei, e o mestre, com toda a sua humildade e desejo de conhecimento sendo ministrado pelo Mestre dos mestres.
Obrigado Nicodemos, por ter saído a noite, provavelmente escondido, para nos trazer um dos diálogos mais longos e profundos de Jesus.
O Senhor com certeza o aguardava, Ele conhecia o coração e as atitudes de Nicodemos, e hoje Ele quer nos fazer entender também, nascer de novo é algo diário, cito uma frase do reformador Martinho Lutero – “Afoguei o velho homem nas águas do batismo, mas o miserável sabia nadar e tenho que matá-lo todos os dias”.
E é assim, devemos renovar nossa mente, nascer de novo, matar os desejos antigos e fluir no espírito, sermos nascidos do espírito.
Vimos também João, primo de Jesus, orientando seus discípulos acerca de Jesus, de quem Ele é, e de como o servir.
A humildade de João é constrangedora, olhar todos aqueles que o seguiam e dizer que é necessário que ele diminua, que desapareça, afinal, o noivo chegou, e a noiva pertence a Ele. Se alegrem. Glória a Deus.

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