Êxodo 20 Estudo: Mandamentos de Deus
Neste capítulo de Êxodo 20 estudo, vemos os dez mandamentos sendo ditados por Deus. Após, ainda, as escrituras revelam que o povo presenciou todo tremor, trovões e fogo que saíam do monte, de forma que ficaram atemorizados, de forma que ficaram de longe. Moisés, no entanto, se achegava. Por fim, vemos as prescrições do Senhor acerca dos altares
Êxodo 20 estudo: Contexto histórico
No capítulo 19, de Êxodo, vimos que Deus chama Moisés e lhe instrui a relembrar o povo de como o tinha tirado do Egito e lhe propõe um novo pacto, a fim de serem sacerdócio e nação santa.
Então o povo demonstra consentimento com a aliança, oportunidade em que o Senhor os instrui a se purificarem, vez que lhes apareceria tremendamente no monte Sinai.
Deus permite que, apenas Moisés e Arão, subissem. O povo via tudo de longe, atemorizado, vez que Deus havia delimitado até onde poderiam se aproximar.
(Êxodo 20:1) Deus fala
v. 1 E Deus falou todas estas palavras, dizendo:
O hebraico possui duas formas de ordens negativas: A primeira é usada para situações específicas e imediatas e a segunda, usada aqui, é para proibições gerais. A ideia é “Nunca jamais…” Ela é usada por um superior a um inferior mas não o inverso.
As oito ordens negativas e as duas ordens positivas ficaram conhecidas como os Dez Mandamentos (lit. ‘as dez palavras”; Dt 4:13), ou o Decálogo (do Gr. para “dez palavras”, deko + logoi) Elas forneciam princípios básicos que constituíam O fundamento para outros preceitos e regulamentos para o antigo Israel.
Por exemplo, a ação de Deus na libertação dos israelitas da escravidão no Egito influenciou as estipulações a respeito da maneira como os escravos deveriam ser tratados (Êx 20:1).
A proibição contra o homicídio fez uma distinção entre o homicídio premeditado e o homicídio culposo (Ex 20:13). Elas eram as ordens escritas em tábuas de pedra, armazenadas na arca do pacto para serem guardadas na parte mais sagrada do tabernáculo (Ex 34:28).
A importância destes mandamentos é indicada mais adiante por sua repetição em Dt 5:6-21 e em outros lugares (Mt 19:18). Os quatro primeiros mandamentos (Êx 20:2-11) concentram-se na lealdade para com o Senhor, enquanto os últimos seis (v. 12-17) focalizam as relações entre os seres humanos.
(Êxodo 20:2) O Deus libertador
v. 2 Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa de servidão.
Começar com auto-identificação, como o Senhor faz aqui, era normal em um documento pactual enviado por um rei e em proclamações e inscrições reais.
Sua ação para libertar os israelitas tornou-se parte de Sua identidade, aquilo em que as pessoas deveriam pensar quando o Seu nome fosse mencionado.
No antigo Oriente Próximo, o sistema legal de Israel era único por ter procedido de Deus e porque a obediência e a desobediência estavam voltadas a Deus; em outros lugares, os governantes podiam apresentar leis a uma divindade para aprovação, mas as próprias leis não eram dadas pela divindade.
Em Israel, a transgressão da lei era, em primeiro lugar, uma ofensa contra o Senhor, não apenas uma ruptura da ordem ou uma ofensa contra outras pessoas.
(Êxodo 20:4-6) A proibição das imagens
v. 4 Não farás para ti nenhuma imagem esculpida, ou qualquer semelhança de alguma coisa que está em cima no céu, ou que está embaixo na terra, ou que está na água abaixo da terra.
v. 5 Não te curvarás diante delas, nem as servirás; porque eu o SENHOR teu Deus, sou um Deus ciumento, que visito a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem,
v. 6 e mostro misericórdia a milhares dos que me amam, e guardam os meus mandamentos.
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Não fazer imagem esculpida ia contra todos os instintos das culturas do antigo Oriente Próximo, mas fazer tal coisa é uma afronta ao Deus ciumento.
Deus se preocupa em proteger a integridade do Seu relacionamento com o Seu povo (Ex 34:14). Se os israelitas fizessem ídolos para adorar, isso seria um ato de aversão, deslealdade e repúdio.
Quando o Senhor se deu a conhecer aos israelitas, eles não viram forma alguma (Dt 4:10-20). A melhor maneira de conhecê-Lo e adorá-Lo era recordar aquilo que Ele já tinha feito e dito e estar alerta para confiar nele e ver aquilo que Ele faria no futuro.
Castigar os filhos pelos pecados de seus pais envolvia penalidades por sucessivas gerações que continuaram a cometer pecados que aprenderam de seus pais.
Isso não significa que, em um tribunal, um filho teria de sofrer a penalidade pelo crime de seu pai (Dt 24:16), nem que a permanência ou a comunhão individual com Deus seria determinada pelo comportamento do pai da pessoa (Jr 31:29-30).
Isso significa que a desculpa:”Eles não conhecem algo melhor; é como foram criados,” não funciona diante de Deus. No entanto, a misericórdia do Senhor excederia em muito o Seu julgamento (a milhares; Lv 26:39-45).
(Êxodo 20:7) Não utilizar o nome do Senhor em vão
v. 7 Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
Nos tempos antigos, o mau uso do nome do SENHOR poderia significar deixar de cumprir um juramento feito ou fazer um juramento com a intenção de enganar alguém.
Aqueles que prestaram um juramento em nome do Senhor invocaram-No para trazer punição se eles não cumprirem a promessa ou não disserem a verdade (Gn 24:3).
Aqueles que fizerem isso causarão dano à reputação do Senhor, enquanto agem como se a Sua presença como testemunha não fosse importante (Dt 6:13-14).
Jurar pelo nome do Senhor era uma afirmação de lealdade a Ele que requer uma ação apropriada (Js 23:6-8).
Por extensão, este comando também se aplicaria quando uma pessoa associava o nome do Senhor a alguma atividade contrária ao Seu caráter ou vontade, resultando em punição certa (Sl 50:16-23).
Num sentido, usar mau o nome do Senhor distorce o Seu caráter, propósitos e atos revelados ao povo de Israel e equivalia a mentir a respeito de quem Deus é.
(Êxodo 20:8-11) O shabat
v. 8 Lembra-te do dia do shabat, para mantê-lo santo.
v. 9 Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra,
v. 10 mas o sétimo dia é o shabat do SENHOR teu Deus, nele não farás obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu estrangeiro que está dentro das tuas portas,
v. 11 pois em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e descansou no sétimo dia. Portanto, o SENHOR abençoou o dia do shabat e o santificou.
O shabat, introduzido com a dádiva do maná (Ex 16:22-30; estando o termo “shabat” relacionado com o verbo Heb. que significa “cessar”), seria uma instituição perpétua, não apenas um dia para se observar enquanto se recebe o maná no deserto.
Ele serviria como uma recordação do pacto mosaico ou do Sinai. Em êxodo, ele é discutido novamente em Ex 23:12. Os versículos 8 e 11 usam formas do mesmo verbo hebraico kadosh, “guardar/declarar santo”, para falar da consagração do shabat.
O Senhor separou este dia (o santificou), para que os israelitas o tratassem como tal. A lista no versículo 10 torna a ordem do shabat particularmente direta para os adultos que tinham filhos e que eram ricos o suficiente para possuir escravos e animais.
Se ele se aplicava a essas pessoas – aquelas de maior influência numa comunidade – ele se aplicaria a todos.
(Êxodo 20:12) Quanto à honrar os pais
v. 12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá.
Um filho obstinado e rebelde que recusasse outra disciplina podia ser levado perante os líderes para julgamento (Dt 21:18-21).
Os filhos de Eli mostraram desprezo por seu pai e pelo Senhor, que lhes trouxe a morte como resultado (1Sm 2:12-17).
O respeito e a bondade que Rute e Boaz mostraram a Noemi e que José mostrou a Jacó constituem exemplos positivos (cp. Pv 1:8). Se prolonguem os teus dias pode se referir à posse da nação na terra.
Deixar de honrar os pais foi um dos pecados que Ezequiel relatou em uma descrição do povo de Jerusalém antes que a cidade fosse destruída (Ez 22:7).
Vida longa para indivíduos também é possível e é mencionada em outros lugares como um resultado operado pelo Senhor em razão da obediência leal (Êx 23:26).
(Êxodo 20:13) Quanto ao homicídio
13 Não assassinarás.
A palavra traduzida como assassinarás não é uma palavra geral para “matança”, e não é usada para a matança de animais ou de humanos numa guerra ou numa execução penal.
Cidades de refúgio foram designadas para que a pessoa que matasse uma outra pessoa pudesse se dirigir a essas cidades para evitar ser morta por vingança.
Isso também significava que um caso de homicídio podia ser adequadamente investigado para se determinar se o homicídio foi acidental ou premeditado (Dt 19).
(Êxodo 20:17) Quanto à cobiça
v. 17 Não cobiçarás a casa de teu próximo, não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem alguma coisa que é de teu próximo.
Este mandamento se dirige à vida interior, a origem das más ações, inclusive o homicídio, o adultério, e o furto.
(Êxodo 20:18-21) O temor dos israelitas
v. 18 E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o barulho da trombeta, e o monte fumegando. E quando o povo viu isso, apartou-se e ficou de longe.
v. 19 E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos, mas não permitas que Deus fale conosco para que não morramos.
v. 20 E disse Moisés ao povo: Não temais, pois Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis.
v. 21 E o povo ficou de longe, e Moisés se aproximou da densa escuridão em que Deus estava.
No mesmo fôlego, Moisés disse ao povo que não temesse (Não temais) mas que temesse (lit. “para que o Seu temor esteja diante de vós”). Eles não deveriam temer que Deus pudesse caprichosamente exterminá-los.
No entanto, o propósito da manifestação amedrontadora é que eles pudessem reconhecer o poder de Deus, Sua presença e Sua santidade, e ficassem motivados a evitar o pecado e o consequente julgamento.
(Êxodo 20:22-23) Esculturas de prata e ouro
v. 22 E disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vistes que falei a vós do céu.
v. 23 Não fareis comigo deuses de prata, nem fareis para vós deuses de ouro.
Esta seção inclui leis que eram semelhantes àquelas de outras culturas antigas – que conhecemos por documentos antigos – alteradas e colocadas em um contexto de motivação baseada nos atos de Deus, em Seu caráter, requisitos e supervisão.
A obediência às instruções nos versículos 22-26 distinguiria a adoração israelita da adoração pagã ao redor deles.
(Êxodo 20:24-26) Um altar ao Senhor
v. 24 Um altar de terra me farás e nele sacrificarás as tuas ofertas queimadas, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todos os lugares em que eu registrar o meu nome, virei a ti e te abençoarei.
v. 25 E se me fizeres um altar de pedra, não o edificarás de pedra esculpida, porque se levantares tua ferramenta sobre ele, já o profanaste.
v. 26 Tampouco subirás por degraus ao meu altar, para que a tua nudez não seja descoberta sobre ele.
A menção de lugares onde o Senhor viria e abençoará os israelitas provê uma recordação de que, diferente dos deuses pagãos, o Senhor não deve ser considerado limitado ao monte Sinai ou a alguma outra localidade. Se eles O obedecessem, gozarão das bênçãos de Deus onde quer que estivessem.
Conclusão
Neste capítulo, vemos o Senhor entregando a Moisés os dez mandamentos, a chamada Lei, antigo pacto, antiga aliança, também denominado decálogo. Este seria um marco importante não apenas para o povo de Deus, mas para o mundo.
A partir daqui temos os preceitos do Senhor para a nação de Israel. Mais uma vez este componente da fé, era uma sombra das coisas que viriam a acontecer.
Jesus resumiu esta mesma lei, em apenas dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Mateus 22: 37-39).
Nota-se que, dos versículos 1 ao 11, os mandamentos consistem em amar a Deus sobre todas coisas e, do 12 ao 17, a amar o próximo como a si mesmo. Portanto, a declaração de Jesus, apenas os sintetizou. Se cumpríssemos esses dois, cumpriríamos todos.
Ocorre que, a Lei mosaica, revelava o quanto somos pecadores. De maneira alguma um homem seria justificado por ela, mas, sim, condenado.
Ela consistia em ser cumprida por obras humanas, como rituais sacrificiais, festas anuais, etc. Mais uma vez, aqui, vemos que tudo apontava para Cristo, o qual seria o único capaz de cumpri-la.
As escrituras revelam que, a nova aliança, se daria através da graça. A graça de Deus se revela em Cristo agindo em nós. Ela não exige mérito, obras, ela concede justiça.
Por ela, somos justificados, mediante a fé em Cristo. A graça é o favor imerecido e a força capacitadora para não transgredirmos a lei.
A graça não veio anular a lei. Elas andam de mãos dadas. Cristo veio nos libertar da condenação que ela impunha. O antigo pacto nos dava o que eram transgressões.
Quando transgredimos, somos condenados. Se somos condenados, carecemos da graça justificadora! A Lei nos apontava para Cristo, o qual, segundo as escrituras, foi morto, pelas nossas transgressões, desde a fundação do mundo (Apocalipse 13:8). Deus é perfeito!
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