Salmo 2 Estudo: Reinado de Jesus Cristo
Vários salmos são citados nas escrituras, falando sobre o reino de Deus e tentando explicar a missão de Cristo na humanidade e os interesses dos crentes.
Em Salmo 2, é discutido exatamente isso. Por sua vez, o autor ainda é um grande mistério porque está escrito em hebraico com muitas possibilidades, então o apóstolo Pedro acreditou nessas palavras e as atribuiu a Davi.
E, se você quiser aprender mais sobre este salmo, além de ler este artigo, você também pode encontrar passagens que citam este salmo, como: (Mt 3:17 e 17: 5), (At 4: 25-27), (Rm 1:4), (Hb 1: 5). Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Salmo 2.
(Salmo 2:1) Contraste dos dois caminhos
v1 Por que os pagãos se irritam, e os povos imaginam coisas vãs?
A pergunta introduzida com por que é retórica e expressa surpresa diante da presunção dos pagãos à luz da realidade do reino de Deus por meio de Seu corregente (v6-9).
Em outros trechos, as nações que se irritam contra a autoridade do Senhor são comparadas ao mar enfurecido (Is 17:12-13).
A palavra imaginam é a mesma palavra hebraica que “medita” em Sl 1:2, só que neste caso é usada de maneira negativa, descrevendo o ato de pensar em planos para ser livre do domínio do Altíssimo.
(Salmo 2:2) Os reis e governantes da terra
v2 Os reis da terra se posicionam, e os governantes tomam conselhos juntos, contra o Criador e contra o seu ingido, dizendo:
Tomar posição é uma expressão muito usada em contextos militares para descrever a preparação para a batalha (1Sm 14:16), (Jr 46:4).
Reis e governantes não são apenas dois grupos específicos, eles representam todos os dignitários e autoridades que governam a terra (ver nota em Jz 5:3), (Hc 1:10).
Ungido é traduzido para o grego como christos e se refere ao ato do Criador escolher e estabelecer Seu Rei Neste contexto, o Ungido é o rei davídico, o qual, no final do avanço da revelação divina, é o Messias, mais conhecido como Jesus Cristo, cujo nome em hebraico é HAHUSHUA (Ef 1:20-22).
(Salmo 2:3) Rompamos as suas ataduras
v3 Rompamos as suas ataduras em partes, e lancemos longe de nós as suas cordas.
O desejo de autonomia destes governantes é retratado na destruição de suas cordas e no libertar-se destas ataduras.
Para aqueles que se rebelam contra o Altíssimo, Seu domínio é visto como pura escravidão. Ironicamente, estes mesmos termos são usados para descrever o que o Pai fez por Seu povo ao libertá-lo da opressão dos ímpios (Sl 107:14), (Sl 129:4).
(Salmo 2:4) Aquele que se assenta nos céus
v4 Aquele que se assenta nos céus se rirá; o Altíssimo Todo Poderoso os terá em escárnio.
Quem está nos céus é o Criador Soberano Deus, isso indica que o lugar a partir do qual o Eterno reina é o céu (Sl 11:4), (Sl 103:19).
A combinação entre rirá e terá em escárnio funciona como uma ideia só, mostrando que a resposta de Deis à rebelião das nações é zombar deles, sabendo que suas tentativas são vãs e que seu destino é certo (Sl 37:13), (Sl 59:8).
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(Salmo 2:5) Ira do Criador
v5 Então lhes falará na sua ira, e os aborrecerá no seu desgosto pesaroso.
Embora no versículo anterior o Criador esteja rindo, esta atitude leva a uma ação, que neste caso é repreendê-los na sua ira.
(Salmo 2:6) O Rei no moente de Sião
v6 Contudo, pus meu rei sobre o meu santo monte de Sião
A expressão inicial pus meu rei utiliza um pronome da primeira pessoa separado, o que de outro modo seria desnecessário. Isso dá ênfase ao sujeito.
O ponto é que o rei do Altíssimo é estabelecido pelo próprio Criador. Portanto, não há ambiguidade quanto à legitimidade de Seu reinado.
(Salmo 2:7) Decreto
v7 Eu declarei o decreto; YAHUAH me disse: Tu és meu Filho; neste dia eu te gerei.
Para confirmar o ponto da legitimidade ainda mais, há um decreto de YAHUAH. Este termo é usado para indicar um protocolo real para validar o direito de reinar.
Esta era uma preocupação especial no mundo antigo, em que frequentemente havia conflitos depois que reis acabavam de ser estabelecidos.
A ideia do rei davídico ser identificado como Filho de Deus foi deixado clara no pacto que Deus fez com Davi (Sl 89:26-27), (2Sm 7:14).
(Salmo 2:8) Herança e possessão
v8 Pede-me, e eu te darei os pagãos por tua herança, e as partes extremas da terra por tua possessão.
O direito da filiação inclui o direito a herança e possessão do que pertence ao Pai. Neste caso, isso não tem limites, o direito se estende as partes extremas da terra, expressão que indica o mundo inteiro e tudo que nele há.
Isso inclui os pagãos, mesma palavra usada no v 1 para identificar os que estavam se rebelando contra o Criador.
(Salmo 2:9) Tu os quebrarás
v9 Tu os quebrarás como uma vara de ferro; tu os arrebentarás em pedaços como a um vaso de oleiro.
Alguns manuscritos antigos fazer uso de “pastorearás” em lugar de quebrarás, mas o paralelo arrebentarás em pedaços mostra que “quebrar” fica melhor.
Despedaçar as nações como a um vaso de oleiro indica a facilidade com que algo é aniquilado (Is 30:14), (Jr 19:11). Esta figura aparece em textos egípcios e assírios antigos indicando a subjugação de inimigos.
(Salmo 2:10-11) Sede sábios e instruídos
v10 Agora, portanto, ó reis, sede sábios; sede instruídos, vós juízes da terra.
v11 Servi a YAHUAH com temos, e regozijai-vos com tremor.
A palavra de advertência às nações rebeldes é: sede sábios e sede instruídos. Isso lembra muito a literatura de sabedoria do antigo testamento (Pv 8:32-33).
Às nações é dada uma oportunidade de mudar seus caminhos e submeter-se ao rei do Criador. A submissão das nações deveria incluir temos e tremor, o que mostra a ligação entre o ter de YAHUAH e a obtenção de sabedoria (Pv 9:10).
(Salmo 2:12) Em breve sua ira se inflamará
v12 Beijai o Filho, para que ele não se ire, e pereçais no caminho, porque em breve sua ira se inflamará. Abençoados são todos aqueles que pões sua confiança nele.
Aqui a palavra Filho é uma palavra diferente da usada no v7. Trata-se de uma palavra aramaica, o que faz com que alguns estudiosos questionem sua autenticidade, porque parece fora de lugar e o aramaico não se tornou o idioma oficial da religião até o Império Neobabilônico de Nabucodonosor.
Desta forma, alguns têm proposto que a palavra deveria ser trocada por “Seus pés”, acrescentando algumas letras hebraicas à forma existente.
No entanto, não há um bom motivo para rejeitar esta forma como sendo a original, visto que, mesmo só tendo se tornado o idioma oficial da região mais tarde, o aramaico já existia desde a época de Abraão e, entre outras nações, era uma língua semítica mais utilizada do que o hebraico.
Beijai (ver nota em Os 13:2) é uma demonstração de obediência (Gn 27:26). A outra alternativa é pereçais pela ira de Deus, que pode se acender em breve.
Este salmo termina como começa o Salmo 1, com a palavra abençoados. O contraste é que aqueles que seguem YAHUAH veem Seu domínio como algo em que põem sua confiança, e não como escravidão (v 3).
5 principais lições que aprendemos no estudo do Salmo 2
- Realeza de Cristo: O Salmo 2 proclama a soberania de Deus e a realeza de Cristo sobre todas as nações. Isso nos lembra da autoridade suprema de Deus e da importância de reconhecer Jesus como nosso Rei e Senhor.
- Confiança na Proteção Divina: O salmista expressa confiança na proteção divina contra os inimigos. Isso nos ensina a confiar em Deus em meio aos desafios e adversidades da vida, sabendo que Ele é nosso refúgio e fortaleza.
- O Chamado à Obediência: O salmo exorta os reis e governantes a servirem ao Senhor com reverência e temor. Isso nos lembra da importância de viver uma vida de obediência e submissão a Deus, reconhecendo Sua autoridade sobre nós.
- A Futilidade da Rebelião: O salmo adverte contra a rebelião e a resistência contra o governo divino, alertando para as consequências da desobediência. Isso nos lembra que a rebeldia contra Deus é fútil e nos leva à destruição espiritual.
- Bênçãos para os Justos: O salmo promete bênçãos e prosperidade para aqueles que confiam no Senhor e O servem fielmente. Isso nos encoraja a buscar a justiça e a retidão em nossas vidas, confiando que Deus nos recompensará com Sua graça e favor.
Conclusão
O Salmo 2 nos provoca a tratarmos Jesus como se deve, como o Rei e Senhor da nossa vida. Muitos resumem sua busca ao Senhor em resoluções de problemas, direcionamentos e bênçãos.
Quando na verdade, o principal foco deveria ser adorá-lo e beijar os seus pés, porque Ele salvou todos nós do caminho da destruição.
Obviamente, podemos pedir coisas que queremos ao Senhor Jesus, o próprio Mestre disse: “E tudo o que pedirem em oração, se crerem, vocês receberão”. No entanto, esse é apenas um aspecto da oração.
O relacionamento com Jesus nos permite conhecê-lo mais, sermos mudados pela sua glória e adorá-lo com todo nosso ser. Ele é o centro e não nós.
Por outro lado, quando não há essa compreensão, o mais provável é que o despertar da ira do Eterno aconteça contra aqueles que são egocêntricos e vivem para sua própria exaltação.
Portanto, seja cristocêntrico e confie toda sua vida nas mãos de Deus. Ele não deve direcionar, abençoar ou solucionar você em algum ou outro problema, mas governar toda sua história.
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