Salmo 35 Estudo: Os malfeitores não prevalecerão

Em Salmo 35, é relatada mais uma oração de Davi a respeito de perseguições. Dessa vez, eram pessoas que ele tinha ajudado em um outro momento, mas que pagaram todo o bem recebido com o mal. Por isso, o salmista é tão enfático em pedir o auxílio divino diante desse cenário, apresentando todo seu coração diante do Senhor.

Atualmente, não é raro que o mesmo aconteça, pelo contrário, é muito mais comum do que se imagina casos nos quais pessoas que fizemos bem retribuam com ações no mínimo duvidosas ou más de fato.

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No entanto, assim como Davi, devemos colocar os malfeitores nas mãos de Deus, porque Ele não é injusto para abandonar os seus e muito menos deixar quem faz o mal prevalecer ou ficar impune.

Contexto histórico

Não se sabe ao certo o contexto do Salmo 35, mas é bem provável que ele foi escrito em algum momento da fase anterior ao reinado de Davi, ou seja, quando o Saul o perseguia.



O estilo de escrita do Salmo é denominado como imprecatório pelos estudiosos, isto é, com uma linguagem forte, pedindo o castigo implacável do Senhor sobre os malfeitores.

Porém, não com um desejo de vingança, porque os versos na verdade visavam reivindicar a intervenção divina, principalmente para que o nome de Deus fosse glorificado.

Dessa forma, o salmista o escreve em um formato de lamento, mostrando sua inocência diante de Deus, além de sua angústia por conta dos seus opositores. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Salmo 35.

(Salmo 35:1) Descrição do Criador

v. 1 Pleiteia a minha causa, Ó Criador, com aqueles que lutam comigo; luta contra aqueles que lutam contra mim.

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A descrição de Yahuah como um guerreiro que luta em favor de Seu povo é uma figura comum no antigo testamento (ver nota em Sl 7:12-13).

(Salmo 35:2) Escudo e broquel

v. 2 Toma o escudo e broquel, e levanta-te para o meu socorro.

Sobre escudo grande, ver nota em Sl 5:11-12.

(Salmo 35:5) Palha diante do vento

v. 5 Que eles sejam como palha diante do vento; e que o anjo do Criador os afugente.


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A palha era o lixo da debulha de grãos (ver nota em Sl 1:4). Às vezes, anjo do Criador é usado em contextos militares, indicando aquele que lutava por Israel (ver nota em Sl 34:7).

(Salmo 35:6-8) Pedido do salmista

v. 6 Que o caminho deles seja escuro e escorregadio; e que o anjo do Criador os persiga.

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v. 7 Porque sem causa eles esconderam para mim sua rede em uma cova, que sem causa eles cavaram para a minha alma.

v. 8 Que a destruição venha sobre ele de surpresa; e que a rede que ele escondeu o apanhe; que ele caia naquela mesma destruição.

Era comum pedir que os inimigos caíssem em suas próprias armadilhas (Sl 9:15), (Sl 34:4), (Sl 57:6), (Sl 141:10), (Sl 7:14-16).

(Salmo 35:10) Todos os meus ossos dirão…

v. 10 Todos os meus ossos dirão: Pai Todo Poderoso quem é como tu, que livras o pobre daquele que é forte demais para ele; sim, o pobre e o necessitado daquele que o prejudica?

Os ossos geralmente expressam sofrimento. Neste caso, o termo é usado para todo o meu ser, mas enfatizando que Yahuah protege Seu povo do sofrimento.


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Necessitado (Heb. ‘evyon) geralmente é paralelo a pobre, sendo usado para fazer a ligação entre pobreza e opressão (ver nota em Sl 34:6).

(Salmo 35:11-14) Falsos testemunhos

v. 11 Falsos testemunhos se levantaram; eles puseram na minha conta coisas que eu não conhecia.
v. 12 Eles me recompensaram com o mal no lugar do bem para prejudicar a minha alma.

v. 13 Mas quanto a mim, quando eles estiveram enfermos, minha roupa foi pano de caso; humilhei minha alma com jejum, e minha oração retornava ao meu próprio peito.

v. 14 Comportei-me como se ele tivesse sido meu amigo ou irmão; eu me curvei pesadamente, como alguém que pranteia por sua mãe.

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Testemunhas pegas mentindo em suas acusações deveriam receber o castigo que planejavam para o acusado (Dt 19:18-19). A partir deste contexto, fica claro que suas acusações eram infundadas (“sem causa”).

É bem provável que essas testemunhas também fossem israelitas, visto que o salmista se identificou com o sofrimento delas como se fosse um amigo e um irmão. Assim, não havia diferença alguma entre estes amigos e inimigos (Sl 41:9), (Sl 55:12-14).

(Salmo 35:15) Adversidades

v. 15 Mas na minha adversidade eles se regozijaram, e se reuniram; sim, os miseráveis se reuniram contra mim, e eu não sabia disso; eles me rasgavam e não cessavam.

A alegria dessas pessoas ao ver os problemas do salmista os colocava na mesma categoria dos inimigos que triunfavam sobre os sofrimentos do povo de Deus (ver nota em Sl 30:1-2).

(Salmo 35:16) Zombadores

v. 16 Com zombadores hipócritas em festas, eles ringiam sobre mim os seus dentes.

Rangiam era um sinal de raiva (Sl 37:12), (Sl 112:10), (Jó 16:9), (Lm 2:16). Portanto, esse zombar era mais do que se divertir ridicularizando; essa zombaria incluía uma intenção “maldosa e traiçoeira”.

(Salmo 35:17) Até quando

v. 17 Senhor, até quando tu assistirás a isso? Resgata a minha alma de suas destruições; e o meu querido dos leões.

Até quando é usado para mostrar como o salmista achava demorado o agir de Deus em favor de Seu servo sofredor (ver nota em Sl 4:2 e Sl 13:1-2).

É comum os inimigos serem representados como animais selvagens cruéis, principalmente como leões (ver nota em Sl 7:1-2).

(Salmo 35:20) PAZ

v. 20 Porque eles não falam de paz; mas maquinam assuntos enganosos contra aqueles que estão quietos na terra.

Os quietos na terra é uma expressão que só aparece aqui no antigo testamento, mas descreve aqueles que são fiéis a Yahuah, pois Deus prometeu dar paz na terra a Seu povo quando eles O obedecessem (Lv 26:6).

Na verdade, a palavra que costuma corresponder a paz (heb. shalom) está na primeira linha a ironia é que aqueles que não são pacíficos estão conspirando contra os que estão em paz.

(Salmo 35:21) Ah! ah!

v. 21 Sim, eles abriram sua boca amplamente contra mim, e disseram: Ah! ah!, nosso olho viu isso.

Ah! ah! é usado em contextos que envolvem deboche, tentando envergonhar ainda mais os que já sofreram calamidades (Sl 40:16), (Sl 70:4), (Ez 25:3), (Sl 26:2), (Sl 36:2).

(Salmo 35:22) Não fiques em silêncio, Ó Senhor

v. 22 Isto tu viste, Ó Senhor; não fiques em silêncio; Ó Senhor, não fiques longe de mim.

Isto tu viste, está em contraste com “nós vimos” no versículo anterior, em que os inimigos ridicularizaram o salmista ao verem sua aflição.

Porém, aqui é Yahuah quem vê seu sofrimento e é conclamado a agir.

(Salmo 35:23) Agita-te…

v. 23 Agita-te, e acorda para o meu julgamento, para a minha causa, meu Deus e meu Senhor.

Acorda é paralelo a agita-te e provavelmente tem a mesma ideia que outros contextos, invocando Yahuah a “levantar-Se” em favor de Seu povo (ver nota em Sl 7:6-8).

(Salmo 35:26) Vergonha e desonra

v. 26 Que eles sejam envergonhados e confundidos juntamente os que se regozijam com a minha mágoa. Que eles se vistam de vergonha e desonra, os que se magnificam contra mim.

A veste é uma figura de linguagem que costuma ser utilizada junto com atributos, com majestade, no caso de Yahuah (Sl 93:1 ), (Sl 104:1), ou salvação, no caso de sacerdotes (Sl 132:16).

Neste caso, os inimigos deveriam se vestir com atributos negativos: vergonha e desonra.

(Salmo 35:27-28)

v. 27 Deixe eles gritarem de alegria, e sejam felizes aqueles que favorecem a minha justa causa; sim, que eles digam continuamente: Que o Criador seja magnificado, porque tem prazer na prosperidade do seu servo.

v. 28 E minha língua falará da tua justiça e do teu louvor todo o dia.

A justiça de Deus está ligada à vindicação do salmista (favorecem a minha justa causa).

O termo correspondente a justiça (Heb. tsedaqah) também significa “integridade”; logo, o pedido de vindicação do salmista é na verdade um pedido para que a integridade de Deus fosse mostrada na situação do salmista.

5 principais lições que aprendemos no estudo de Salmo 35

  1. Confiança na Justiça de Deus: O salmista clama a Deus em busca de justiça diante de seus inimigos. Isso nos ensina a confiar na justiça divina, sabendo que Deus é o juiz supremo que defende os justos e castiga os ímpios.
  2. Proteção Divina contra Inimigos: O salmista reconhece a proteção de Deus contra seus inimigos, descrevendo-o como um escudo e uma espada. Isso nos lembra que Deus é nosso protetor contra as adversidades e que podemos encontrar segurança em Sua presença.
  3. Clamor por Socorro Divino: O salmista clama a Deus por ajuda em meio à perseguição, confiando em Sua misericórdia. Isso nos encoraja a buscar a Deus em tempos de aflição, confiando em Sua fidelidade para nos socorrer em nossas dificuldades.
  4. Gratidão pela Libertação: O salmista expressa gratidão a Deus por livrá-lo do perigo e da vergonha, louvando-o em meio à congregação. Isso nos motiva a cultivar um coração grato, reconhecendo as bênçãos de Deus em nossas vidas e compartilhando Sua bondade com os outros.
  5. Confiança na Vitória Final: O salmista expressa confiança na vitória final sobre seus inimigos, confiando na justiça de Deus para trazer julgamento sobre os malfeitores. Isso nos inspira a manter nossa fé inabalável, sabendo que Deus é soberano sobre todas as circunstâncias e que Ele nos conduzirá à vitória no final.

Conclusão

Por fim, o Salmo 35 nos faz refletir sobre o nível de confiança que muitas vezes depositamos nas pessoas. Em outro momento das sagradas Escrituras, o nosso Senhor deixa claro que maldito é o homem que confia em outro homem.

Não porque devemos desconfiar de todos, mas no sentido que não temos que colocar expectativas demais em um ser limitado, porque uma hora ou outra iremos nos frustrar.

Toda nossa confiança deve ser depositada no Senhor, porque Ele nunca decepciona ninguém e sempre nos conduz ao melhor, para uma vida plena e satisfatória.

Desse modo, apenas o amor deve ser dado ao outro sem limitações, expressando generosidade, bondade e misericórdia. Ame fortemente as pessoas, mas confie e dependa somente de Deus plenamente.

Salmo 35 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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