Mateus 15 Estudo: As Tradições Segundo os Sábios

No capítulo 15 de Mateus, veremos que de acordo com as tradições religiosas que não entendem o valor espiritual dos rituais são muitas vezes rígidas e implacáveis. Além disso, este foi o caso dos fariseus e advogados no tempo de Jesus Cristo. O Senhor os repreendeu severamente por não entenderem o verdadeiro espírito da lei, e advertiu os discípulos a não ouvi-los.

Diante disso, Jesus ensinou que o alimento não torna uma pessoa impura, pois o que é engolido é descartado no processo. Pedro estava interessado nos novos ensinamentos de Cristo. Afinal, eles estão em uma comunidade completamente ritualizada onde tudo é sinônimo de pureza ou impureza.

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Contexto histórico

De acordo com o contexto dessa passagem, Mateus 15 é o décimo quinto capítulo do Evangelho de Mateus do Novo Testamento, que conclui o relato do ministério de Jesus na Galiléia.

No entanto, após isso, Jesus começou sua jornada final, contornando Samaria, passando por Beréia e cruzando a Judéia até Jerusalém. Acompanhe a seguir o estudo completo de Mateus 15.



(Mateus 15:1-2) Os escribas questionam os discípulos

v. 1 Então escribas e fariseus vindos de Jerusalém chegaram a Jesus e lhe perguntaram:
v. 2 Por que os teus discípulos transgridem a tradição dos anciãos? Pois eles não lavam as mãos quando comem pão.

Mishná dedica todo um tratado da lei judaica á discussão sobre a maneira como as mãos deveriam ser lavadas. Esperava-se dos bons judeus que realizassem o ritual de lavagem das mãos antes, durante, e após cada refeição.

A pessoa deveria primeiro derramar água sobre as mãos com os dedos voltados para cima, deixando a água chegar ao punho, em seguida apontaria os dedos para baixo e derramaria a água novamente, desta vez deixando a água gotejar pelos dedos.

Se alguém confundisse essa ordem ou derramasse a água nas duas ocasiões com as mãos voltadas para baixo ou para cima, as mãos ainda estariam ritualmente impuras.

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Cada mão tinha que ser esfregada á outra, mais isto só poderia ser feito depois que a mão estivesse limpa.

Negligenciar a primeira ou a terceira lavagem era considerado um sério pecado, possivelmente um pecado mortal.

Tal lavagem não era prescrita na lei do Antigo Testamento, mas era uma tradição passada aos judeus do primeiro século por seus anciãos.

Muitos mestres concederam a estas tradições humanas uma autoridade igual á dos mandamentos do Antigo Testamento.


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(Mateus 15:3-4) Eles contestam de volta

v. 3 Mas ele, respondendo, disse-lhes: Por que também vós transgredis o mandamento de Deus pela vossa tradição?

v. 4 Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe, deixe ele morrer de morte. 

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Jesus ensinou que a autoridade das Escrituras supera toda a tradição humana. Ele mesmo condenou os fariseus e os escribas por estimarem a tradição humana acima da Escritura.

(Mateus 15:5-9) Honrai teu pai e tua mãe

v. 5 Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: Isto é uma oferta, tudo quanto puder ser aproveitado de mim;
v. 6 e não honrar a seu pai nem a sua mãe, esse estará livre. Assim invalidastes o mandamento de Deus pela vossa tradição.

v. 7 Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
v. 8 Este povo se aproxima de mim com a sua boca, e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
v. 9 Mas, em vão eles me adoram, ensinando como doutrinas os mandamentos dos homens.

A lei judaica requeria que os filhos cuidassem dos pais em sua velhice (1Tm 5:8). Contundo, sacerdotes corruptos permitiam aos filhos que estivessem cansados de cuidar de seus pais que tomassem um voto de Corbã.

Este voto dedicava a Deus e ao templo de Jerusalém os recursos que eles, de outra maneira, usariam para dar apoio aos pais.


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Uma vez que a obrigação da pessoa para com Deus excedia todas as demais obrigações, os sacerdotes ensinavam que tal artifício era justo. Porém, Jesus o condenou fortemente.

(Mateus 15:10-12) O poder do que sai de nossa boca

v. 10 E, ele chamando a multidão, disse-lhes: Ouvi, e compreendei:
v. 11 Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que procede da boca, isso é o que contamina o homem.

v. 12 Então, chegando-se a ele os seus discípulos, disseram-lhe: Tu sabes que os fariseus se ofenderam ouvindo esse provérbio?

As leis relativas á purificação das mãos tinha a ver com a pureza ritual e não com medidas sanitárias. Afinal de contas, a lei judaica permitia que a água fosse retirada com recipientes feitos de estrume de vaca.

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Além disso, ela permitia também que a água fosse tão suja a ponto de o próprio gado se recusar a bebê-la.

Jesus argumentou que um alimento consumido com as mãos impuras não contamina espiritualmente uma pessoa.

As palavras que saem da boca contaminam uma pessoa porque elas mostram a condição pecaminosa do coração (v. 18).

O fato de os fariseus ficarem ofendidos com o ensino de Jesus sugere que eles entenderam que Ele se referia ao discurso hipócrita deles, pois com os lábios eles honravam a Deus enquanto o coração se negava a adorá-lo (v. 8 e 9).

(Mateus 15:13) Toda planta que não for do Senhor será arrancada

v. 13 Mas ele, respondendo, disse: Toda a planta que meu Pai celeste não plantou, será arrancada.

Baseados em textos como (Is 60:21), judeus do primeiro século se descreviam como a “plantação do Senhor”.

Toda planta, que meu Pai celeste não plantou representa judeus nacionais que nem entendiam nem praticavam a verdadeira justiça.

Tal como o joio na parábola de (Mt 13:24-30), estes impostores seriam arrancados e destruídos.

(Mateus 15:14) Quando um cego conduz outro cego, ambos cairão

v. 14 Deixai-os sozinhos; eles são cegos condutores de cegos. E se um cego conduzir outro cego, ambos cairão na cova.

Os mestres judeus assim como os fariseus e os escribas se orgulhavam de ser condutores de cegos (Rm 2:19). Em uma irônica reversão, Jesus declarou que os próprios condutores são cegos.

(Mateus 15:15-20) As palavras que contaminam o homem

v. 15 Então Pedro respondeu, e disse-lhe: Declara-nos esta parábola.

v. 16 E Jesus disse: Estais vós também ainda sem compreender?

v. 17 Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca vai para o ventre, e é lançado fora?

v. 18 Mas, estas coisas que saem da boca vêm do coração, e elas contaminam o homem.

v. 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, assassinatos, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.

v. 20 São essas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos não contamina o homem.

Jesus ensinou que o coração humano é inatamente corrupto, mas Ele também descreveu Seus seguidores como “puros de coração” (Mt 5:8).

Disto se conclui que seguir Jesus resulta em uma transformação do coração que diminui enormemente nosso amor pelo pecado.

(Mateus 15:21) Jesus parte para as regiões consideradas perversas

v. 21 E, partindo Jesus dali, foi para as regiões de Tiro e Sidom.

Tiro e Sidom eram cidades portuárias na costa do Mar Mediterrâneo ao norte da Galileia.

Em razão de estas cidades terem sido denunciadas em (Is 23 e Ez 28), os judeus do primeiro século as consideravam como notoriamente perversas e merecedoras da ira divina (Mt 11:21).

(Mateus 15:22-23) Uma mulher pede auxílio ao Senhor

v. 22 E, eis que uma mulher cananeia, vindo daquelas regiões, gritou para ele, dizendo: Tenha misericórdia de mim, ó Senhor, Filho de Davi; minha filha está severamente atormentada por um demônio.

v. 23 Mas ele não lhe respondeu uma palavra. E, vindo a ele os seus discípulos, pediram-lhe, dizendo: Manda-a embora, porque está gritando atrás de nós.

Ao qualificar a mulher como cananeia (Mc 7:26), Mateus a associa aos mais notórios inimigos pagãos de Israel.

Tal como os homens sábios de (Mt 2), o papel dela mostra que os gentios podem seguir a Cristo e ser por Ele abençoados (Mt 2:1). Seu uso do título Filho de Davi indica que ela reconheceu Jesus como o Messias judaico (Mt 1:1).

(Mateus 15:24-25) A mulher clama por socorro

v. 24  Mas ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
v. 25 Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me!

Mateus enfatizou a intenção de Jesus de incluir gentios em Seu reino, mas ele também salientou que Jesus concentrou Seu ministério terreno nos israelitas que haviam sido esquecidos por seus líderes espirituais (Mt 10:5-6).

(Mateus 15:26-27) Jesus dialoga com a mulher

v. 26  Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães.

v. 27 E ela disse: Verdade, Senhor; ainda assim, os cães comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.

A comparação da mulher cananeia com um cachorro soa como um insulto racial para leitores modernos, entretanto, a palavras cães muitas versões usam cachorrinhos. Normalmente, a palavra se referia a cães domésticos que dormiam no colo de seus donos.

A declaração metafórica de Jesus simplesmente significa que Ele tinha uma obrigação maior de servir Seus contemporâneos judeus, e não que Ele desprezasse os gentios.

A mulher respondeu que Jesus não precisava negligenciar os judeus ao atender as necessidades dos gentios, assim como as crianças não passam fome porque as migalhas que caem de sua mesa são comidas por seus animais de estimação.

(Mateus 15:28) Jesus percebe a fé da mulher

v. 28 Então, respondendo Jesus, disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isto assim como tu desejas. E sua filha ficou sã naquela mesma hora.

A fé que Jesus mais destacadamente elogiou em Mateus foi expressa por gentios (Mt 8:7-8). A fé da mulher cananeia se destaca favoravelmente mesmo comparada a fé dos 12 discípulos (Mt 14:31).

(Mateus 15:29-31) Jesus parte para o monte

v. 29 Partindo Jesus dali, aproximou-se do mar da Galileia, e, subindo a um monte, sentou-se ali.

v. 30 E grandes multidões vieram a ele, trazendo aqueles que eram coxos, cegos, mudos, aleijados, e muitos outros, e os puseram aos pés de Jesus, e ele os curou.

v. 31 De modo que a multidão se maravilhou ao ver os mudos falando, os aleijados curados, os coxos andando, e os cegos vendo; e glorificaram ao Deus de Israel.

A localização é aparentemente junto ás margens ao norte do mar da Galileia, ainda em território gentílico. A lista de doenças que Jesus curou faz lembrar (Is 35:5-6) e identifica o Senhor como Messias (Mt 11:1-6).

O louvor do povo ao Deus de Israel mostra que o ministério de Jesus conduzia os gentios ao único Deus verdadeiro.

(Mateus 15:32-38) Jesus multiplica os pães e peixes

v. 32 Então Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Eu tenho compaixão da multidão, porque eles continuam comigo há três dias, e não tem o que comer; e eu não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.

v. 33 E os seus discípulos disseram-lhe: De onde encontraremos, aqui no deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?

Este milagre é semelhante ao da alimentação anteriormente (Mt 14:13-21). Em ambos os casos, Jesus foi movido de compaixão, utilizou pães e peixes, e saciou o povo tão completamente que as sobras de pedaço foram recolhidas.

Uma diferença notável é a audiência. O primeiro milagre foi realizado para israelitas, o segundo para gentios.

(Mateus 15:39) Jesus se despede da multidão

v. 39 E, despedindo a multidão, tomou o barco, e foi para a região de Magdala.

A Magdala mencionada aqui era provavelmente a antiga Magdala na margem noroeste do Mar da Galileia.

5 importantes lições que podemos aprender em Mateus 15

  1. A Importância da Pureza Interior: Jesus confrontou os fariseus e escribas sobre sua hipocrisia, enfatizando que a verdadeira pureza não está apenas na observância externa de regras, mas na pureza do coração e da mente.
  2. O Poder da Fé: A fé da mulher cananeia, que persistiu apesar das dificuldades e obstáculos, foi elogiada por Jesus. Isso nos ensina sobre a importância da fé inabalável, que pode mover montanhas e alcançar a graça de Deus.
  3. A Necessidade de Entender a Palavra de Deus: Jesus repreendeu os discípulos por sua falta de entendimento espiritual, explicando-lhes o verdadeiro significado das tradições e mandamentos. Isso destaca a importância de buscar um entendimento profundo da Palavra de Deus para evitar interpretações equivocadas.
  4. A Universalidade da Mensagem de Cristo: Jesus curou não apenas os judeus, mas também os gentios, demonstrando que Sua missão era para toda a humanidade. Isso nos lembra da universalidade do amor e da salvação oferecidos por Cristo, que não faz acepção de pessoas.
  5. O Chamado para a Compaixão e o Amor ao Próximo: Jesus ensinou sobre a importância de cuidar dos necessitados e oprimidos, enfatizando que a verdadeira religião envolve demonstrar compaixão e amor ao próximo. Isso nos desafia a praticar a compaixão e a bondade em nossas interações diárias, seguindo o exemplo de Cristo.

Conclusão

Desse modo, portanto, Jesus esclareceu que o coração é a fonte da pureza ou impureza humana. Isso porque “dele saíram os maus pensamentos, homicídios, adultérios, adultérios, furtos, falsos testemunhos e calúnias”.

Além disso, a missão de Jesus era anunciar aos judeus o reino de Deus. No entanto, a região da Galiléia era povoada por muitos estrangeiros que também se maravilhavam com seus ensinamentos e milagres.

Mateus 15 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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