Mateus 23 Estudo: Censura aos Escribas e Fariseus

Em Mateus 23, Jesus adverte seus discípulos a cumprirem os ensinamentos dos fariseus, mas os aconselha a não viverem da mesma maneira que eles, pois eles não seguem a palavra da forma com que ensinam.

Além disso, os fariseus e mestres da lei sempre foram famintos por poder, autoridade e notoriedades terrenas e o Senhor Jesus é contrário a essa maneira de pensar e se comportar.

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Contexto histórico

De acordo com o contexto, “mestres da lei” eram os religiosos que mais se importavam com as coisas terrenas e poder do que com a verdadeira vontade do Senhor.

Além disso, a “cadeira de Moisés” era uma posição de autoridade e os fariseus consideravam-se os sucessores autorizados de Moisés, na condição de mestres da lei.



(Mateus 23:1-2) Jesus fala à multidão

v. 1 Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos,
v. 2 dizendo: Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e os fariseus.

Cadeira de Moisés pode identificar figuradamente os escribas e os fariseus como representantes de Moisés porquanto ensinavam o antigo testamento.

Vários séculos depois de Jesus, os assentos reservados para os mestres nas sinagogas eram regularmente chamados “assento de Moisés”.

(Mateus 23:3) Para Jesus o que importa são as nossas obras

v. 3 Tudo, pois, o que vos disserem, isso observai e fazei; porém não façais segundo as suas obras, porque eles dizem, e não fazem.

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Jesus não pretendeu impor todos os ensinamentos dos fariseus aos Seus discípulos. Afinal de contas, Ele criticou muitas de suas crenças. Sua ordem significava “Obedeçam aos ensinos dos fariseus sempre que eles interpretarem corretamente as Escrituras”.

(Mateus 23:4) Os fariseus e suas próprias leis

v. 4 Porque eles atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem nos ombros dos homens; mas eles nem com seu dedo querem movê-los.

Os fariseus buscavam “construir uma cerca ao redor da lei”, ou seja, estabelecer regras tão estritas que as pessoas nem mesmo chegariam próximas de transgredir a lei de Deus (At 15:10).

(Mateus 23:7) Todas as nossas obras são vistas

v. 5 Mas todas as suas obras eles fazem para serem vistos pelos homens; eles fazem os seus filactérios mais largos, e aumentam as orlas das suas vestes,


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v. 6 e amam os lugares mais altos nas festas, e os principais assentos nas sinagogas,
v. 7 e as saudações nos mercados, e serem chamados pelos homens: Rabi, Rabi.

Filactérios eram pequenas caixinhas contendo minúsculos rolos de Êx 13:2-16 e Dt 6:4-9 – Mt 11:13-21. Eles eram usados por homens judeus fiéis em um dos braços e na testa (Dt 6:8; 11:18).

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Orlas feitas de fios azuis ou brancos eram usadas nas quatro extremidades da veste exterior (Nm 15:38-39 – Dt 22:12). Os fariseus alargavam os filactérios e aumentavam as orlas visando aparecer mais piedosos.

(Mateus 23:8-10) O vosso Pai está no céu

v. 8 Mas vós não sereis chamados de Rabi, porque um só é o vosso Mestre, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

v. 9 E a nenhum homem na terra chameis de vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está no céu.
v. 10 Nem vos chameis de mestres, porque um só é o vosso Mestre, o Cristo.

Jesus proibiu o uso de títulos honoríficos para líderes espirituais que pudessem encorajar um senso de superioridade neles ou tirar parte da reverência que é propriamente devida ao Pai e ao Cristo.

(Mateus 23:11-14) Os humilhados serão exaltados

v. 11 Mas o que for maior dentre vós será o vosso servo.
v. 12 E aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado; e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.


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v. 13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino do céu aos homens; pois nem vós entrais, nem deixais entrar os que estão entrando.

v. 14 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas, e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis a maior condenação.

Ai era um termo usado pelos profetas do antigo testamento para expressar condenação (Is 5:8-23; Hc 2:6-9). Os fariseus impediam as pessoas de entrar no reino do céu ao desencorajá-las de seguirem a Jesus.

(Mateus 23:15-22) O Senhor não se agrada da hipocrisia

v. 15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e depois de o terdes feito, o fazeis duas vezes mais filho do inferno do que vós.
v. 16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é um devedor.
v. 17 Tolos e cegos! Pois qual é maior, o ouro, ou o templo que santifica o ouro?

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v. 18 E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre ele, esse é um devedor.
v. 19 Tolos e cegos; por que qual é maior, a oferta, ou o altar que santifica a oferta?
v. 20 Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele, e por todas as coisas sobre ele.
v. 21 E, o que jurar pelo templo, jura por ele, e por aquele que nele habita.
v. 22 E, o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus, e por aquele que está assentado sobre ele.

Leis do primeiro século declaravam que alguns juramentos eram válidos e outros inválidos. O sistema era corrupto na medida em que permitia escapatórias que justificavam mentiras e manipulavam pessoas ingênuas ou crédulas. Ver nota em Mt 5:33-37.

(Mateus 23:23-24) O Senhor repreende os fariseus

v. 23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque pagam o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido as questões importantes da lei, juízo, misericórdia e ; essas coisas devíeis ter feito, e não deixar as outras por fazer.
v. 24 Guias cegos, que coais um mosquito, e engolis um camelo.

De acordo com Lv 27:30 – Nm 18:21-32 e Dt 14:22, os mestres da lei e os fariseus meticulosamente davam o dízimo de tudo, incluindo as minúsculas ervas do jardim.

Jesus não desencorajou isto uma vez que essas coisas devesse ter feito. Todavia, Ele repreendeu os líderes judeus por ficarem obcecados por questões rituais enquanto negligenciam a verdadeira essência da religião como descrita em Mq 6:8.

Como aqueles que coam um mosquito de sua bebida, mas deixam um camelo flutuar nela, eles estavam obcecados por questões muito pequenas, porém negligenciavam questões mais importantes. 

(Mateus 23:25-26) Devemos observar primeiro o que há dentro de nós

v. 25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque limpais o lado de fora do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de extorsão e transgressão.

v. 26 Tu fariseu cego! Limpa primeiro o que está dentro do copo e do prato, para que também o lado de fora seja limpo também.

Alguns rabinos do primeiro século debatiam se o mais importante era a purificação do lado de fora ou a de dentro dos recipientes.

Jesus citou isto para ilustrar a obsessão deles com a pureza ritual e sua negligência da pureza espiritual interior.

(Mateus 23:27-30) A hipocrisia dos fariseus

v. 27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de homens mortos e de toda a impureza.

v. 28 Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.

v. 29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque edificais os túmulos dos profetas e enfeitam os sepulcros dos justos;

v. 30 e dizeis: Se existíssemos nos dias de nossos pais, não teríamos sido com eles cúmplices no sangue dos profetas.

Judeus do primeiro século tinham sepulcros caiados em Jerusalém para alertar as pessoas de sua localização, a fim de que elas involuntariamente não se aproximassem demais e, assim, se contaminassem.

A caiação também embelezava os sepulcros. Apesar dessa beleza exterior, as leis judaicas de pureza consideravam o interior dos sepulcros como contaminados.

Jesus disse que isso se assemelhava às pessoas cuja piedade exterior (a caiação) disfarça uma corrupção interior (impureza espiritual).

(Mateus 23:31-32) Testifica-te a ti mesmo

v. 31 Assim, testificais contra vós mesmos, pois sois filhos dos que mataram os profetas.

v. 32 Enchei vós, então, a medida de vossos pais.

Ao perseguirem os representantes de Deus (João Batista, Jesus, os discípulos), os mestres da lei e os fariseus continuavam a rebelião de seus antepassados e testavam os limites da paciência de Deus.

(Mateus 23:33-34) Geração de víboras

v. 33 Serpentes, geração de víboras, como podeis escapar da condenação do inferno?

v. 34 Portanto, eis que eu vos envio profetas, homens sábios e escribas; a alguns deles matareis e crucificareis; e a outros açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade.

Sobre serpentes e geração de víboras, ver nota em Mt 3:7-9.

(Mateus 23:35-36) A geração que sofrerá a ira de Deus

v. 35 Para que sobre vós possa vir todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o templo e o altar.

v. 36 Na verdade eu vos digo que todas estas coisas sobrevirão sobre esta geração.

Jesus, em uma aparente alusão à vindoura destruição do templo em 70 d.C., advertiu que a Sua geração haveria de sofrer a ira de Deus por causa de seu abuso ao povo justo. O assassinato de Abel é registrado em Gênesis 4, enquanto o de Zacarias é registrado em 2Cr 24:20-21.

O Segundo Livro das Crônicas era o livro final do antigo testamento na típica ordem da Bíblia hebraica, de maneira que os martírios de Abel e Zacarias foram registrados no primeiro e no último livro do antigo testamento hebraico. Deste modo, Jesus aparentemente pretendeu citar toda a extensão do martírio no antigo testamento.

Alguns intérpretes afirmam que Ele confundiu o Zacarias de 2 Crônicas (identificado como o filho de Joiada) com o profeta Zacarias (descrito como o filho de Baraquias em Zc 1:1). Todavia, a expressão filho de era usada para identificar filhos, netos, e até descendentes remotos.

Consequentemente, Jesus provavelmente identificou o Zacarias de 2 Crônicas por um antepassado mais antigo ou recente. Não é desarrazoado sugerir que ambos os Zacarias tivessem antepassados (“pais”) chamados Baraquias. 

(Mateus 23:37) A rejeição da proteção de Deus

v. 37 Ó Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste!

Em Sl 17:8 – Sl 91:4 e Is 31:5, a imagem de uma galinha abrigando seus pintinhos descrevia a proteção dada por Yahweh a Israel.

Ao rejeitar Jesus, Jerusalém rejeitou a proteção de Deus. A imagem descreve a identidade de Jesus como Yahweh.

(Mateus 23:38-39) Bendito seja o nome do Senhor

v. 38 Eis que a vossa casa é deixada desolada.

v. 39 Porque eu vos digo que desde agora não me vereis mais, até que digais: Bendito seja o que vem em nome do Senhor.

A palavra desolada significa “abandonada”. Ela denota o abandono de Sua casa, o templo. Isto ocorreu quando Jesus saiu do templo com as palavras não me vereis mais, até que digais: Bendito seja o que vem cita o Sl 118:26 e ecoa a jubilante saudação que acolheu Jesus em Jerusalém em Mt 21:9, antes de Sua rejeição pelo povo.

5 importantes lições que podemos aprender em Mateus 23

  1. Hipocrisia Religiosa: Jesus condena os líderes religiosos por sua hipocrisia, destacando a importância da sinceridade e integridade em nossa fé. Devemos evitar a aparência de piedade enquanto negligenciamos o coração e a justiça.
  2. Humildade em Serviço: Jesus ensina que o maior entre nós deve ser o servo de todos. Isso nos lembra da importância da humildade e do serviço desinteressado em nossas interações com os outros, especialmente na liderança e ministério.
  3. Julgamento e Condenação: Jesus adverte contra o julgamento precipitado e a condenação dos outros, enfatizando a importância de olhar para nossas próprias falhas antes de apontar as dos outros. Devemos praticar a misericórdia e a compaixão em vez de julgar com dureza.
  4. Fidelidade à Palavra de Deus: Jesus repreende os líderes religiosos por sua negligência na interpretação e aplicação da Lei de Deus. Devemos buscar entender e obedecer à Palavra de Deus com diligência e reverência, em vez de distorcê-la para atender aos nossos próprios interesses.
  5. Arrependimento e Conversão: Jesus exorta os líderes religiosos a abandonar seus caminhos errados e se voltar para Deus em arrependimento genuíno. Isso nos lembra da necessidade contínua de nos arrependermos de nossos pecados e nos voltarmos para Deus em busca de perdão e restauração.

Conclusão

Portanto, ao declarar aos mestres da Lei e os fariseus de sua destruição final, se continuassem em seu caminho atual, Jesus pronunciou sete denúncias.

Desse modo, Jesus chamou os líderes de hipócritas, pois eles não faziam o que falavam. Diante disso, o que Jesus quer de nós é que tenhamos atitudes condizentes com sua palavra.

Mateus 23 estudo.

Sobre o Autor

Olá, me chamo Lázaro Correia, sou Cristão, formado em Teologia e apaixonado pela Bíblia. Aqui no Blog você vai encontrar diversos estudos Bíblicos e muito conteúdo sobre vida Cristã.

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