João 17 Estudo: A Intercessão de Jesus
No capítulo 17 de João, veremos que antes de seu sofrimento no jardim do Getsêmani, Ele fará sua grande oração intercessora. Suplicará que todos que o seguiam viessem a conhecer o Pai e alcançar a vida eterna, e que se unam um com Ele e o Pai.
Não há mais muito tempo, Ele precisa dar as últimas instruções aqueles que vão difundir seu evangelho pelo mundo. Acompanhe a seguir o estudo completo de João 17.
João 17:1-26 – Oração de Jesus pelos seus Discípulos
Na oração final neste capítulo, Jesus presta contas de Sua missão terrena ao Pai que O enviou. Ele ora primeiramente por Si mesmo (v. 1-5), em seguida, pelos discípulos (v. 6-19) e, finalmente, por todos os futuros fiéis (v. 20-26).
Nessa intercessão, Cristo adota o ponto de vista de alguém que completou a missão que lhe foi entregue (v. 4, cp. 4:34). Tendo sido enviado pelo Pai, Jesus agora se prepara para retornar (Jo 16:28).
Sua oração se cumpriu quando Ele bradou da cruz, falando sobre a missão de redenção e revelação que veio realizar: “Está consumado” (Jo 19:30).
(João 17:1) Jesus intercede por si mesmo
v. 1 Essas palavras Jesus falou, e levantou seus olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique;
A primeira parte da oração de Jesus é uma intercessão por Si mesmo. Jesus levantou seus olhos ao céu, assumindo assim uma postura comum de oração (Lc 18:13).
Sobre é chegada a hora, ver nota em Jo 2:4. A petição de abertura, Glorifica o teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique, é uma reivindicação de divindade.
Basta lembrar que o antigo testamento afirma que Deus não dará a outro a Sua glória (Is 48:11). Sobre Jesus como o Filho enviado, ver nota em Jo 3:16-18.
(João 17:2) O poder sobre toda a carne
v. 2 assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê vida eterna a todos os que lhe deste.
O fato de o Senhor conceder poder a Jesus (Jo 5:27) marca o início de uma nova era (Mt 28:18).
(João 17:3) A vida eterna
v. 3 E esta é a vida eterna: Que eles te conheçam, o único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo, a quem enviaste.
A vida eterna advém de se conhecer a Deus e a Jesus, o Filho enviado (Jo 20:31). Conhecer ao Senhor não se restringe apenas ao conhecimento intelectual, mas envolve viver em plena comunhão com Ele.
O fato de o Eterno ser o único Deus verdadeiro é afirmado no Shemá (1Jo 5:20). Jesus é o único e exclusivo enviado pelo Pai (Jo 1:14), como também o único caminho para Ele.
O nome completo Jesus Cristo só é encontrado nesse versículo e Jo 1:17, formando assim uma inclusão literária. Observe que nessas passagens Jesus se refere a Si mesmo na terceira pessoa.
(João 17:4) Obra completa
v. 4 Eu glorifiquei-te na terra; eu completei a obra que me deste para fazer.
A referência à obra de Jesus no singular remonta a Jo 4:34, outra inclusão.
(João 17:5) A glória anterior ao mundo
v. 5 E agora, ó Pai, glorifica-me contigo mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.
Mais uma vez, Jesus reivindica preexistência (Jo 16:28).
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João 17:6-19 – Jesus Intercede pelos seus Discípulos
A segunda unidade da oração de Jesus inclui uma intercessão a favor dos discípulos, começando com uma narração acerca de Seu ministério a eles (v. 6-8).
A seguir, Jesus ora por Seus seguidores (v. 9-19) pedindo que eles sejam protegidos (v. 11-16) e consagrados para o serviço na verdade (v. 17-19).
(João 17:6) As obras do Pai são conhecidas
v. 6 Eu tenho manifestado o teu nome aos homens que do mundo tu me deste. Eles foram teus, e tu deste a mim; e eles guardaram a tua palavra.
A revelação feita por Jesus do nome de Deus incluiu tornar conhecido as obras e as palavras do Pai.
(João 17:7-8) Eu lhes dei as palavras
v. 7 Agora eles sabem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti.
v. 8 Porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente souberam que eu saí de ti, e eles creram que tu me enviaste.
O retrato de Jesus aqui faz lembrar a descrição do “profeta como” Moisés em Dt 18:18.
(João 17:9-12) Os meus são teus
v. 9 Eu oro por eles; eu não oro pelo mundo, mas por aqueles que tu me deste, porque eles são teus.
v. 10 E todos os meus são teus, e os teus são meus; e eu sou glorificado neles.
v. 11 E agora eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu próprio nome aqueles que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos.
v. 12 Enquanto eu estava com eles no mundo, eu guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a escritura pudesse se cumprir.
Até mesmo a traição de Judas ocorreu para que as Escrituras se cumprissem. A passagem bíblica que serve de fundamento é provavelmente Sl 41:9 (aplicada a Jesus em Jo 13:18; ver nota). Outras referências cumpridas por meio de Judas são Sl 109:8 (citado em At 1:20).
(João 17:13-18) A missão de Jesus
v. 13 E agora eu vou para ti, e estas coisas eu falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria consumada em si mesmos.
Esse versículo antecipa a comissão que Jesus atribuiu aos Seus discípulos depois de Sua ressurreição.
(João 17:19-24) Jesus intercede pelos discípulos
v. 19 E por causa deles eu santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados pela verdade.
Jesus não apenas orou por Si mesmo (v. 1-5) e pelos discípulos (v. 6-19), mas Sua visão transcendeu o presente (Dt 29:14-15).
Cristo se preocupou com a unidade e o amor de Seus seguidores (v. 26). A visão de um povo de Deus unido foi expressa anteriormente em Jo 11:52. A unidade dos cristãos é produto da unidade indivisível de Deus (Jo 15:4-5).
Uma vez unidos, os cristãos têm condições de testemunhar a respeito da verdadeira identidade de Jesus como o Enviado de Deus.
(João 17:25) O Pai Justo
v. 25 Ó Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste.
Jesus se dirige a Deus como Pai justo. O antigo testamento ensina que o Senhor é justo e reto (Jr 12:1). Embora a traição, a tortura e a morte que sofreria fossem iminentes, Jesus afirmou a justiça de Deus, Seu Pai.
(João 17:26) O amor neles
v. 26 E eu lhes tenho declarado o teu nome, e declararei: que o amor com que tu me amastes, possa estar neles, e eu neles.
A expressão possa estar neles está repleta de implicações pactuais (v. 23). Após a entrega da Lei no Sinai, Deus passou a habitar entre os israelitas no tabernáculo (Êx 40:34).
Enquanto eles se dirigiam para a terra prometida, o Senhor assegurou muitas vezes que Ele estava entre eles (Dt 23:14).
5 importantes lições que podemos aprender em João 17
- Oração pela Unidade: Jesus, em sua oração sacerdotal, enfatiza a importância da unidade entre os crentes. Ele pede ao Pai que os discípulos sejam um, assim como Ele e o Pai são um, destacando a importância da comunhão e do amor mútuo entre os seguidores de Cristo.
- Santificação: Jesus pede ao Pai que santifique os seus discípulos na verdade, indicando a necessidade de serem purificados e separados do mundo para o serviço de Deus. Isso destaca a importância da busca pela santidade e da conformidade com a vontade de Deus em nossas vidas.
- Missão dos Crentes: Jesus expressa que os discípulos são enviados ao mundo, assim como Ele foi enviado pelo Pai. Isso nos lembra que temos uma missão de levar o evangelho e fazer discípulos em todas as nações, mostrando o amor de Cristo através de nossas vidas.
- A Importância da Palavra de Deus: Jesus enfatiza que a Palavra de Deus é verdadeira e poderosa, e Ele orou para que os discípulos fossem guardados pelo nome do Pai e pela Sua Palavra. Isso destaca a necessidade de nos ancorarmos na Palavra de Deus para orientação, proteção e fortalecimento espiritual.
- Glorificação de Deus: No final de Sua oração, Jesus expressa Seu desejo de que os discípulos vejam Sua glória. Isso nos lembra que a nossa vida deve ser centrada em glorificar a Deus e refletir Sua glória por meio de nossas ações, palavras e atitudes.
Conclusão
Jesus conclui esse lindo capítulo orando por si mesmo, preparando seu espírito para tudo o que irá passar e também intercede pelos seus discípulos de maneira exemplar, o que hoje somos veio dessa oração.
A grande comissão que temos em Cristo nos faz sim, sermos perseguidos, caluniados, envergonhados, julgados, mas Ele sabe o que nos prometeu, um final feliz, uma recompensa, um galardão, e nosso papel é espalhar sua mensagem de amor e vida, através da humildade e serviço. Capacita-nos Senhor!
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