Provérbios 18 Estudo: A Tolice Dos Que Buscam o Próprio Desejo
Em Provérbios 18, há uma exortação sobre às pessoas que se isolam, por motivos egoístas na busca pelas próprias vontades e desejos, sem pensar no outro ou nas consequências de suas atitudes.
Desse modo, devemos nos separar de pessoas que maquinam o mal, que odeiam a justiça e desprezam o próximo e a Deus, pois nada de bom essas pessoas tem a nos oferecer.
Entretanto, devemos mantê-las em nossas orações e sempre que possível testemunhar sobre a pessoa de Jesus, pois apesar de tudo, o Senhor nos pede que amemos uns aos outros.
Contexto histórico
Nesse contexto, este provérbio condena aqueles que seguem os seus próprios padrões e desejos, totalmente alheios à verdadeira sabedoria.
Além disso, essas pessoas são tão reclusas e tão intolerantes com quem discorda deles que encontram defeitos na verdadeira sabedoria, justificando-as como os convém.
O tolo e tagarela compulsivo nunca da ouvidos, somente se detém para pensar no que vai falar a seguir, pensando apenas nas suas tolices e desejos. Acompanhe a seguir o estudo completo de Provérbios 18.
(Provérbios 18:1) O perigo de buscar os próprios desejos
v. 1 O homem que se isola busca seu próprio desejo, procurou e intermediou com toda a sabedoria.
Ver desejo em (Pv 21:25-26). Sabedoria (Pv 3:21) sensato é competência que leva ao sucesso (Pv 2:7).
(Provérbios 18:2-3) O entendimento e tolo não andam juntos
v. 2 Um tolo não tem prazer no entendimento, mas isso o seu coração pode descobrir por si mesmo.
v. 3 Quando vier o perverso, vem também o desprezo, e com a ignomínia a vergonha.
Provavelmente esse versículo não ensina que o ímpio traz desprezo, desonra e vergonha ás outras pessoas. Pelo contrário, a sociedade desonra o ímpio.
(Provérbios 18:4) A sabedoria nas palavras do sábio
v. 4 As palavras da boca de um homem são como águas profundas, e a fonte da sabedoria como um ribeiro que corre.
Esse versículo pode estar afirmando que as palavras podem ser realmente profundas e significativas- uma fonte de sabedoria.
Ou pode significar que a fala humana típica geralmente é inútil (Pv 20:5), mas a fonte da sabedoria é um ribeiro útil e transbordante.
(Provérbios 18:5) Afasta-te do perverso de coração
v. 5 Não é bom aceitar a pessoa do perverso para derrubar o justo em juízo.
Aceitar é literalmente “levantar o rosto”. Pode se referir a um superior que levanta o rosto e olha para um inferior com um sorriso e um julgamento favorável (Nm 6:26), ou pode se referir ao inferno que havia se curvado e se arrastado no chão, tendo agora a face ou a cabeça erguida pelo superior em vindicação (Gn 40:13).
Além do favorecimento, isso significa que o inferior apresenta “compensação” ao superior (Pv 6:35) e o superior “aceita” (Jó 42:9) ou “atende o pedido” do inferior (Gn 19:21). Derrubar o justo em juízo é literalmente “desviar de julgamento” (Is 29:21).
(Provérbios 18:6-7) A contenda presente nos tolos
v. 6 Os lábios de um tolo entram em contenda, e a sua boca pede por pancadas.
v. 7 A boca de um tolo é a sua destruição, e os seus lábios são o laço da sua alma.
Boca e lábios se referem àquilo que o tolo diz, que causa problema, numa escalada desde contenda e pancadas a destruição (ou terror) e, finalmente, morte.
(Provérbios 18:8-9) A destruição da língua dos tolos
v. 8 As palavras do mexeriqueiro são como feridas; elas descem às partes mais profundas da barriga.
v. 9 Aquele que também é preguiçoso no seu trabalho, é irmão daquele que é um grande desperdiçador.
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Relaxar é ficar prostrado, descansar e soltar ao ponto de ficar frouxo, lânguido e ineficaz. Irmão implica solidariedade- alguém que possui as mesmas características (Jó 30:29) e apoia as mesmas causas (Pv 28:24). O desperdiçador é literalmente “dono de destruição” (acostumado á destruição” em Ez 21:31).
(Provérbios 18:10-11) A fortaleza do S
v. 10 O nome do SENHOR é uma torre forte, o justo corre para ela e está seguro.
v. 11 A fortuna do homem rico é a sua cidade forte, e como uma muralha alta é a sua própria presunção.
Esses dois provérbios ilustram um refúgio verdadeiro e outro imaginário, respectivamente. Torre forte era o lugar central numa região, ou numa cidade, para onde as pessoas corriam quando ameaçadas (Jz 9:51).
O nome implica o Seu caráter como o Deus eterno, poderoso, fiel, que guarda o pacto (Êx 3:15). O justo, que invoca, confia e tem fé no caráter de Deus, está seguro (“exaltados” ou levantados de modo que o inimigo não os poderá atingir).
O rico confia em sua riqueza ao ser ameaçado. Para ele, ela parece um uma muralha alta é a sua própria presunção (“exaltado”) em volta de uma cidade forte (Pv 10:15), mas que existe apenas em sua imaginação. Na realidade, a riqueza não pode salvar (Pv 11:28).
(Provérbios 18:12-14) Não te apressures em dar respostas, analise primeiro
v. 12 O coração do homem se exalta antes de ser destruído, e antes da honra está a humildade.
v. 13 Aquele que responde uma questão antes de ouvi-la, é loucura e vergonha sobre si.
v. 14 O espírito do homem sustentará a sua enfermidade, mas um espírito ferido, quem o suportará?
Esse provérbio vai além de (Pv 16:5) ao ensinar que a humildade traz honra (Pv 3:16); ver também “sabedoria” na nota em (Pv 11:2).
Essa palavra hebraica para “humildade” implica ser prostrado pela aflição e, então, quando a aflição revela que não somos autossuficientes, ter com Deus uma relação de confiança.
(Provérbios 18:15) O conhecimento e a prudência
v. 15 O coração do prudente adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca o conhecimento.
Diferentemente do tolo que despreza o conhecimento (Pv 1:22), se recusa a ouvir (Pv 18:13), e não quer obter sabedoria (Pv 17:16), os sábios buscam ouvir o conhecimento (Pv 1:4), e prudente (Pv 1:5) adquire (Pv 4:5-8) conhecimento.
(Provérbios 18:16) A tolice dos que aceitam suborno
v. 16 O presente de um homem abre o seu caminho e o leva diante de grandes homens.
Esse presente é um suborno (Pv 15:27). Ele “abre espaço” ou provê ajuda e leva uma pessoa seguramente (a palavra usada para pastores que conduzem o seu rebanho) á presença de pessoas importantes, como um rei ou juízes.
Essa é uma observação perspicaz, o suborno parece funcionar (Pv 17:8). No entanto, somente aqueles que repudiam o suborno finalmente prosperarão (Pv 15:27).
(Provérbios 18:17) A justiça dos justos
v. 17 Aquele que é o primeiro em sua própria causa parece justo, porém vem o seu próximo e o examina.
Questionar é literalmente “sondar”, testar ou examinar diligentemente para descobrir aquilo que está oculto (Pv 25:2).
(Provérbios 18:18) O final da contenda mediante a sorte
v. 18 A sorte faz com que as contendas cessem, e divide entre os poderosos.
Sobre sorte, (Pv 16:33). Lançar uma moeda pode pôr um fim até mesmo ao debate mais áspero. Este é o único lugar em Provérbios onde contendas cessem tem um sentido bom (Pv 17:9).
(Provérbios 18:19) Evite ofender teu irmão
v. 19 O irmão ofendido é mais difícil de se conquistar do que uma cidade forte; e suas contendas são como as barras de um castelo.
O irmão é ofendido, tendo sofrido um percebido dano ou crime. Barras de um castelo eram usadas para reforçar as portas trancadas de uma cidadela.
Era praticamente impossível atravessá-las para reconciliar a situação.
(Provérbios 18:20) As sábias palavras são como um fruto
v. 20 A barriga de um homem se satisfará com o fruto de sua boca, e com o acréscimo de seus lábios ele estará satisfeito.
Fruto é o resultado que com o tempo se colhe de algo que foi iniciado, assim como o trigo procede de um campo semeado. Satisfará e satisfeito são a mesma palavra no hebraico.
Num sentido mau pode significar “saciado” (“enjoado/cansado”) (Pv 25:16-17). A abordagem que uma pessoa adota em sua fala retornará para ela.
Se sua fala é ímpia, a pessoa ficará saturada de depravação (Pv 1:31); se sua fala é honrosa, a pessoa obterá todas as coisas boas de que precisa (Pv 28:19).
(Provérbios 18:21) O poder da língua
v. 21 A morte e a vida estão no poder da língua; e aqueles que a amam comerão do seu fruto.
A língua é poderosa (Tg 3:1-12). Aqueles que amam a língua e comem do seu fruto são os que escolhem viver ou morrer sob o poder dela, como aqueles que vivem pela espada (Gn 27:40), ou pela lei (Ne 9:29), ou pela fé (Hc 2:4).
A fala prudente traz vida (Pv 12:14) e a fala ímpia ou excessiva traz morte (Mt 15:18-19).
(Provérbios 18:22) O bem que está em encontrar uma esposa
v. 22 Aquele que encontra uma esposa acha uma coisa boa, e obtém o favor do SENHOR.
Coisa boa é literalmente “o bem” abstrato; em outros contextos é traduzido como “prospera” (Pv 16:20). Sobre favor, (Pv 19:6).
(Provérbios 18:23-24) O poder da amizade verdadeira
v. 23 O pobre usa súplicas, mas o rico responde com dureza.
v. 24 Um homem que tem amigos deve mostrar-se amigável, e há um amigo mais chegado do que um irmão.
Os primeiros amigos são vizinhos ou companheiros, os quais podem ser atraídos pelo dinheiro (Pv 19:4).
O segundo tipo de amigo é literalmente “alguém que ama”. Jesus é um amigo desse tipo para seus Seguidores (Jo 15:13-14).
5 importantes lições que podemos aprender em Provérbios 18
- Prudência na Fala: O capítulo enfatiza a importância de sermos cuidadosos com nossas palavras, pois elas têm o poder de trazer vida ou morte, bênção ou maldição. Isso nos lembra de pensar antes de falar e de usar nossas palavras para edificar e encorajar.
- Humildade na Busca por Sabedoria: Provérbios 18 nos lembra que aquele que se considera sábio não tem espaço para crescer, enquanto o humilde está sempre aberto a aprender e crescer em conhecimento e entendimento.
- Dependência de Deus para Segurança: O versículo 10 destaca que o nome do Senhor é uma torre forte onde os justos correm para encontrar segurança. Isso nos ensina a confiar em Deus como nossa fonte de proteção e segurança em tempos de dificuldade.
- Cuidado na Formação de Opiniões: O capítulo adverte contra o julgamento precipitado e a tomada de decisões baseadas em informações incompletas. Isso nos lembra da importância de ouvir todas as perspectivas antes de tirar conclusões e tomar medidas.
- Valor da Sabedoria e do Entendimento: Provérbios 18 destaca a importância da busca pela sabedoria e do entendimento como fontes de vida e bem-estar. Isso nos motiva a valorizar a sabedoria e a busca contínua pelo conhecimento de Deus e de sua Palavra.
Conclusão
Desse modo, podemos concluir que sábio é aquele que busca no Senhor a guia para suas ações e suas palavras.
Da mesma forma nós devemos fazer, para a nossa vida e nossa alma, e, além disso, devemos evitar deixar que os tolos entrem em nossas vidas, pois muitos podem ser os danos.
Entretanto, sejamos bons e amorosos com todos, e os apresentemos em nossas orações para que o Senhor tenha misericórdia deles e toque no coração dos que estão endurecidos.
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