Colossenses 1 Estudo: Cristo em Nós é a Esperança da Glória
Em Colossenses 1, é descrito o início de mais uma carta do apóstolo Paulo à Igreja de Cristo. O direcionamento dado pelo apóstolo era à Igreja de Colosso dessa vez, a qual tinha como fundador e dirigente um homem chamado Epafras.
De forma parecida com outras de suas cartas, Paulo aborda de maneira geral o evangelho e o sacrifício de Jesus, além de expressar alguns pensamentos sobre o grupo de Cristãos que ele está se comunicando.
No entanto, em cada oportunidade diferentes lições são deixadas pelo apóstolo, ao passo que, devemos considerá-las para preencher nossas mentes com mais entendimento sobre a obra de Deus. Acompanhe!
Contexto histórico
O apóstolo escreveu a carta aos colossenses durante o tempo em que estava preso em Roma, aproximadamente 60 D.C. Após ser informado por Epafras sobre a situação espiritual dos cristãos presentes ali, Paulo decidiu se comunicar com eles, valorizando sua fé e amor pela obra do Senhor e os aconselhando em vários aspectos da conduta do crente em Jesus.
Além disso, ele dá ênfase à excelência da pessoa e da obra de Cristo, bem como, ao fato de que a formação das características do Mestre em cada pessoa, é a esperança da glória. Acompanhe a seguir o estudo completo de Colossenses 1.
(Colossenses 1:1) Apresentação de Paulo
v. 1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e Timóteo, nosso irmão,
Paulo seguiu o formato habitual de saudação, apresentando-se como autor da carta e identificando-se como apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus.
Colossenses 1:3-8
O apóstolo presenteou os cristãos de Colossos com uma oração de ação de graças. No original grego, esta oração é formada por apenas um período ou frase modificando a expressão “sempre agradecemos a Deus” (v. 3)
(Colossenses 1:3) Graças a Deus
v. 3 Nós damos graças a Deus e Pai de nosso Salvador Jesus Cristo, orando sempre por vós,
Damos graças provavelmente inclui Timóteo (v. 1) e talvez outros (Cl 4:7-14). Paulo expressou a frequência de sua gratidão com o advérbio sempre.
(Colossenses 1:4) Fé em Cristo Jesus
v. 4 porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos;
O motivo da ação de graças de Paulo veio das notícias que ele recebeu sobre a fé dos colossenses em Cristo Jesus e seu amor… para com todos os santos, que são as marcas do verdadeiro cristianismo.
(Colossenses 1:5-6) Esperança nos céus
v. 5 por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,
v. 6 que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já produz fruto, como também o faz entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade;
A base da fé e do amor dos cristãos colossenses é que eles tinham uma esperança reservada para eles no céu.
A tríade “fé, amor e esperança” é uma fórmula típica de Paulo (Rm 5:1-5), (Gl 5:5-6), (Ef 1:15), (1Ts 1:3), (2Ts 1:3), (Fm 5). Esta esperança é a consequência de ouvir e receber a palavra da verdade, especificamente o evangelho.
Paulo enfatizou o poder e a eficácia do evangelho mostrando sua expansão, mencionando duas vezes a maneira como os cristãos locais aceitaram a verdade do evangelho.
(Colossenses 1:7-8) Epafras
v. 7 como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo,
v. 8 o qual nos declarou também o vosso amor no Espírito.
Paulo não fundou a igreja de Colossos nem a visitara até então. Logo, foi por meio de Epafras que ele ficou sabendo da situação dos crentes da cidade.
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Paulo aprovou Epafras dizendo que ele era um amado conservo e um fiel ministro (Cl 2:1), (Cl 4:12-13), (Fm 23).
(Colossenses 1:9) Sabedoria e entendimento espiritual
v. 9 Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e desejar que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;
A expressão de abertura por essa razão (“Por isto”) se refere às boas notícias de Epafras sobre a fé em Cristo dos cristãos de Colossos.
Como de costume, a palavra cheios (o verbo na forma passiva indica Deus como agente) passa a ideia de “plenitude” em Colossenses, (Cl 4:17).
Paulo pediu que eles recebessem pleno conhecimento da vontade de Deus. A expressão em toda a sabedoria e entendimento espiritual expressa o meio pelo qual este conhecimento vem. Essa sabedoria e entendimento são de natureza espiritual.
(Colossenses 1:10-12) Viver dignamente
v. 10 para que possais andar dignamente diante do Criador, agradando-lhe em tudo, sendo frutíferos em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus;
v. 11 fortalecidos com todo o poder, segundo a sua gloriosa força, em toda a paciência e longanimidade, com alegria,
v. 12 dando graças ao Pai, que nos fez dignos de sermos participantes da herança dos santos na luz.
O objetivo da oração de Paulo era que os cristãos de Colossos pudessem viver dignamente diante do Criador, para que tudo que fizessem agradasse a Ele.
A conduta cristã agradável a Deus envolve praticar boas obras, estar em contínuo crescimento espiritual, depender de Seu poder (o que gera perseverança, paciência e alegria) e ser grato por tudo, pois Deus nos deu parte na herança dos santos.
(Colossenses 1:13-14) Redenção pelo seu sangue
v. 13 Ele nos livrou do poder das trevas, e nos transferiu para o reino do seu amado Filho,
v. 14 em quem temos a redenção pelo seu sangue, o perdão dos pecados.
Livrou e transferiu fazem lembrar a figura do antigo testamento de Deus libertando Seu povo das mãos de opressores hostis (Êx 6:6), (Êx 14:30), (Jz 6:9), (Jz 8:34).
Os cristãos foram resgatados do domínio opressor de Satanás (poder das trevas) ao serem transferidos para o domínio de Cristo, o “reino da luz” (v. 12).
Esta libertação, ou êxodo, se cumpriu pela redenção dos cristãos, por meio do perdão dos pecados por causa da expiação de Cristo (v. 15-22).
Colossenses 1:15-22
Estes versículos são um poema, ou talvez um hino, que expressa a supremacia de Cristo como Criador e Redentor.
A elevada cristologia de Paulo combateu a falsa doutrina que se infiltrou na igreja de Colossos.
(Colossenses 1:15) Deus conosco
v. 15 O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura.
A palavra imagem indica a representação visível exata de algo ou alguém. Portanto, Jesus, o Filho, é a representação do Deus invisível do antigo testamento (Jo 1:18). Jesus também representa a humanidade sem pecado (Gn 1:26-27).
O título primogênito não quer dizer que Jesus foi criado (v. 16), e sim que Ele tem a primazia e está acima de toda a ordem criada.
(Colossenses 1:16) Todas as coisas foram criadas para ele
v. 16 Porque nele todas as coisas foram criadas, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam elas tronos, ou dominações, ou principados, ou potestades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
Cristo é soberano sobre a criação porque é o Criador. Foi Ele que criou todas as coisas. A menção de tronos… dominações… principados e potestades deve ser uma referência a quatro classes de seres angelicais (que talvez dirijam os afazeres humanos).
Provavelmente isso foi uma correção da falsa doutrina que promovia a adoração de anjos . Desta forma, Paulo afirmou a supremacia de Cristo sobre toda a criação, pois todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
(Colossenses 1:17) Ele é antes de tudo
v. 17 E ele é antes de todas as coisas, e por ele todas as coisas subsistem.
Todas as coisas é tudo que foi criado (v. 16). A preposição antes provavelmente é uma referência temporal ao fato de Cristo já existir antes da criação.
A expressão por ele todas as coisas subsistem apresenta Cristo como aquele que sustenta toda a criação.
(Colossenses 1:18) Ele é o cabeça
v. 18 E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em todas as coisas tenha a preeminência.
Paulo usou a palavra cabeça no sentido literal e metafórico. No sentido literal, “cabeça” indica autoridade, governo, supremacia.
No sentido metafórico “cabeça” usa a figura de Cristo como cabeça do corpo, que é a igreja (1Co 12:12-27), (Ef 4:15), (Ef 5:23). Ele é cabeça porque é o princípio e o primogênito dentre os mortos.
Esta linguagem faz lembrar a criação (v. 15) e identifica a igreja como parte da nova criação inaugurada com a ressurreição de Cristo.
A ressurreição cumpriu o plano de Deus para Jesus, isto é, que Ele tivesse a preeminência… em todas as coisas.
(Colossenses 1:19-20) Foi do agrado do Pai
v. 19 Porque foi do agrado do Pai que nele toda a plenitude habitasse,
v. 20 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas; tanto as que estão na terra como as que estão no céu.
Foi do agrado de Deus que Sua plenitude, isto é, todo o ser de Deus, habitasse no Filho. Portanto, Jesus era totalmente Deus e totalmente homem.
Deus se agradou disso porque, por meio de Cristo, Ele iria reconciliar (restabelecer o relacionamento de) todas as coisas consigo na cruz (Rm 5:11), (2Co 5:19).
(Colossenses 1:21) Necessidade de reconciliação com Deus
v. 21 E vós, que noutro tempo éreis alienados e inimigos em vossa mente pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou,
Paulo explicou a necessidade de reconciliação com Deus apelando para a condição espiritual dos cristãos colossenses antes de serem salvos.
Antes de ouvir as boas novas, eles estavam separados de Deus. O pensamento corrompido leva a um comportamento imoral, que por sua vez gera mais pensamentos ruins e mais afastamento de Deus.
(Colossenses 1:22) Antiga vida dos cristãos colossos
v. 22 no corpo da sua carne, pela morte, para vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis diante de seus olhos,
Paulo contrastou a antiga vida dos cristãos de Colossos com sua atual salvação.
A referência ao corpo físico de Jesus ressalta Sua humanidade, ao passo que o v. 19 expressa Sua divindade.
O objetivo desta reconciliação era que os cristãos fossem apresentados santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis diante dele, e não como “inimigos na mente” e tendo “obras más” (v. 21).
(Colossenses 1:23) Fé no evangelho
v. 23 se permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, e que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei um ministro.
A única maneira de os cristãos serem apresentados santos, inculpáveis e livres é não abandonando a fé em Cristo como ensina o evangelho.
Fé diz respeito à mensagem do evangelho: (Cristo Cl 4). Paulo alertou os cristãos de Colossos que abraçar uma fé sincretista perverteria a verdadeira mensagem do evangelho, anulando assim sua esperança.
(Colossenses 1:24) A igreja
v. 24 Regozijo-me, agora, no meu sofrimento por vós e cumpro o resto das aflições de Cristo na minha carne, por causa do seu corpo, que é a igreja;
Paulo se alegrava em seu sofrimento (Rm 8:18), (2Co 1:5), (Fp 3:10) porque ele era benéfico para a igreja.
O sofrimento de Paulo estava completando em seu corpo o que faltava das aflições de Cristo. Esta expressão enigmática não significa que faltava alguma coisa na obra expiatória de Cristo.
Pelo contrário, os padecimentos de Paulo era benéficos para a igreja porque promoviam o avanço do evangelho.
(Colossenses 1:25) Ministério de Paulo
v. 25 da qual me tornei um ministro segundo a dispensação de Deus, que foi dada a mim para convosco, para cumprir a palavra de Deus.
A responsabilidade dada por Deus, (Ef 3:2) faz parte de Seu plano de que ps gentios recebam a salvação e tenham parte na herança do povo de Deus. O papel de Paulo era tornar esta mensagem plenamente conhecida (ver nota no v. 9).
(Colossenses 1:26) Mistério
v. 26 O ministério que esteve oculto desde todos os séculos e gerações, mas agora, é manifesto aos seus santos;
O termo mistério (Rm 11:25), indica algo que antes esteve oculto no plano de Deus e que agora foi manifesto. Este mistério está relacionado à inclusão dos gentios no povo de Deus.
(Colossenses 1:27) Riquezas e glória
v. 27 aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória;
Juntas as palavras riquezas e glória expressam a maravilha e as bênçãos deste mistério. Em vós pode significar “entre vocês” ou, o que é mais provável, “dentro de vocês”, fazendo referência ao fato de Cristo morar nos cristãos (Rm 8:10), (2Co 13:5), (Gl 2:20).
(Colossenses 1:28) Advertindo e ensinando
v. 28 o qual pregamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo Jesus;
As palavras advertindo e ensinando expressam a maneira como foi feita a proclamação: de acordo com toda a sabedoria.
O objetivo deste ministério contínuo era apresentar todo homem perfeito em Cristo, em conformidade com o plano de Cristo na reconciliação (v. 22).
(Colossenses 1:29) Visão de Paulo sobre seu trabalho
v. 29 e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.
Paulo via seu trabalho como algo semelhante à obra de Cristo de purificar a aperfeiçoar a igreja. Paulo não fazia isso com sua própria força, e sim com a ajuda de Cristo, que operava nele.
5 importantes lições que podemos aprender em Colossenses 1
- Supremacia de Cristo: O capítulo enfatiza a supremacia de Cristo sobre todas as coisas, tanto no céu quanto na terra, destacando sua posição como o cabeça da igreja e o criador de todas as coisas.
- Gratidão pela Salvação: Paulo expressa gratidão a Deus pela fé e pelo amor dos colossenses, ressaltando a importância da gratidão pelos benefícios da salvação e da comunhão com Cristo.
- Oração Persistente: Paulo ora continuamente pelos colossenses para que sejam cheios do conhecimento da vontade de Deus, demonstrando a importância da oração persistente em favor dos irmãos na fé.
- Reconciliação através de Cristo: Paulo destaca o papel de Cristo na reconciliação de todas as coisas consigo mesmo, incluindo os pecadores, lembrando-nos da importância da reconciliação através do sacrifício de Jesus na cruz.
- Perseverança na Fé: O capítulo encoraja os crentes a permanecerem firmes na fé e a continuarem a crescer em conhecimento e entendimento espiritual, destacando a importância da perseverança e da firmeza na caminhada cristã.
Conclusão
Colossenses 1 deixa bem claro qual é o desejo de Deus para as nossas vidas, isto é, Cristo ser formado em nós. Como Paulo afirma durante essa carta, tudo acontece por causa de Jesus e para Jesus.
Além disso, foi por meio da obra de Cristo que Deus reconciliou céus e terra, criador e criação, para que agora vivamos para Ele.
Jesus é a imagem do Deus invisível e agora nós também podemos ser, quando guardamos sua palavra e renunciamos a nós mesmos, tomando a nossa cruz diariamente para segui-lo de maneira fiel.
Dessa forma, somos transformados de fé em fé, de glória e glória, e se tornamos alguém que o Senhor pode contar para expandir o seu Reino.
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