Marcos 9 Estudo: A Falta de Fé e a Luta Contra o Pecado
Em Marcos 9, veremos que Jesus continua evoluindo, realizando cada vez mais obras que confirmam o poder de Deus e a força de seu propósito. Neste capítulo Ele se encontrará com Moisés e Elias, permitindo que os discípulos mais próximos testemunhassem esse encontro, afim de crerem no seu envio.
Diante à falta de fé dos demais quando retornam ao tentarem expulsar um demônio de um menino, Jesus diz que essa “incredulidade” só é vencida com jejum e oração, e não aquele tipo de demônio, como muitos afirmam erroneamente.
Ao sentir no coração que seus discípulos discutiam qual deles era o maior, Jesus os mostra como ser o maior: sendo o último e servindo a todos.
Ele valoriza uma criança, pegando-a em seu colo e repreende os discípulos que não gostaram do fato de um homem que não fora chamado por Jesus, estar curando e expulsando demônios, afinal, seu Reino está sendo estabelecido.
Ele ensina também que, por causa da mão, do pé e dos olhos o corpo inteiro pode perecer, sendo melhor que os arranquem fora. Acompanhe a seguir o estudo de todos os versículos de Marcos 9.
(Marcos 9:1) Jesus esclarece o Reino de Deus
v. 1 E ele disse-lhes: Na verdade eu vos digo, que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o reino de Deus vindo com poder.
Jesus já havia usado esta solene fórmula introdutória (Na verdade eu vos digo) em Mc 3:28 e Mc 8:12. Alguns dos que aqui estão é esclarecido pelo v. 2.
Até que vejam o reino de Deus vindo é esclarecido pela transfiguração de Jesus nos v. 2-13. Esta declaração precede a transfiguração nos três evangelhos sinópticos (Mt 16:28).
(Marcos 9:2) A transfiguração de Jesus
v. 2 E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os conduziu à parte a um alto monte; e transfigurou-se diante deles.
Seis dias aparece para indicar o tempo entre a confissão de Pedro e a transfiguração de Jesus. A expressão também pode ligar a experiência de Jesus à de Moisés (Êx 24:15-17).
Sobre Pedro, Tiago e João como círculo mais próximo de Jesus, ver nota em Mc 1:16-20. O alto monte é frequentemente identificado como o monte Tabor, mas o monte Hermom e o Meron podem ser candidatos melhores.
Transfigurou-se vem do verbo grego que originou nossa palavra metamorfose (Mt 17:2 – Rm 12:2 – 2Co 3:18). A natureza de Jesus não foi mudada, e sim desvendada.
(Marcos 9:3) As vestes brancas
v. 3 E as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear.
Resplandecentes conota extrema alvura, além do que se pode explicar Mt 17:2 descreve as roupas como “brancas como a luz”). Mateus acrescentou que a face de Jesus brilhou como o sol (Êx 34:35).
(Marcos 9:4) Jesus, Elias e Moisés
v. 4 E ali apareceu-lhes Elias, com Moisés; e eles falavam com Jesus.
Provavelmente, Marcos quis mostrar Moisés como a principal figura do antigo testamento ao dizer que apareceram Elias e Moisés. Lucas disse que falavam sobre a partida de Jesus ( lit. “o êxodo de Jesus”).
(Marcos 9:5) Pedro se dispõe
v. 5 E Pedro, respondendo, disse a Jesus: Mestre, é bom estarmos aqui; deixa-nos fazer aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
Os três tabernáculos (algo semelhante a uma tenda) que Pedro mencionou estão ligados ao costume judeu de construir abrigos, semelhantes a cabanas, durante a festa dos tabernáculos (Lv 23:39-43).
Talvez Pedro tenha desejado prolongar esta experiência, mas suas palavras erroneamente denotaram igualdade entre as três pessoas.
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(Marcos 9:6) É melhor ficar calado
v. 6 Porque ele não sabia o que dizer, pois eles estavam grandemente atemorizados.
Pedro prova que, quando você não sabe o que dizer, é melhor ficar calado. Mas ele não estava sozinho nessa incerteza; todos os discípulos estavam atemorizados.
(Marcos 9:7) Devemos ouvir somente Jesus
v. 7 E formou-se uma nuvem que os cobriu, e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
Nuvem é um símbolo frequente da presença de Deus no antigo testamento (Êx 40:34-38). A voz que vinha da nuvem lembra Êx 24:15-18. Provavelmente os se refere às seis pessoas no monte.
Esta proclamação lembra as palavras de Deus no batismo de Jesus (ver nota em Mc 1:9-11). Desta vez, a filiação de Jesus é confirmada perante outros, não apenas para Jesus, sendo imediatamente dito aos ouvintes: “a ele ouvi” (Dt 18:15).
As palavras de Deus em Mc 8:31-38 confirmam o ensino de Jesus acerca de seu sofrimento e dos requisitos para o discipulado.
(Marcos 9:8) Ninguém se compara a Jesus
v. 8 E de repente, eles olhando ao redor, não viram mais nenhum homem, senão só a Jesus.
Nem mesmo Moisés e Elias podem ser comparados a Jesus. O destaque está nele, e em mais nenhum homem.
(Marcos 9:9) A ordem de Jesus
v. 9 E, enquanto eles desciam do monte, ele ordenou-lhes que a nenhum homem contassem as coisas que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos.
Nove vezes no Evangelho de Marcos, Jesus mandou que as pessoas não falassem sobre Seu messiado. Esta é a única vez que Cristo acrescenta à ordem um limite de tempo.
A proibição de Jesus indicou que Sua glória e missão não poderiam ser entendidas totalmente antes de Sua morte e ressurreição.
(Marcos 9:10) Os discípulos ainda não entendem
v. 10 E eles guardaram o que foi dito entre si, perguntando uns aos outros o que significava ressuscitar dentre os mortos.
Este versículo indica que o círculo íntimo de Jesus ainda continuava não entendendo (Mc 8:31).
(Marcos 9:11) Jesus explica a sua vinda
v. 11 E eles o perguntam, dizendo: Por que dizem os escribas que Elias deveria vir primeiro?
Sobre escribas, ver nota em Mc 1:21-22. Esta pergunta foi baseada em Ml 4:5-6. Anteriormente, os discípulos haviam perguntado uns aos outros quem Jesus era (Mc 4:35-41).
Mais tarde, nos arredores da cachoeira de Banias, perto de Cesareia de Filipe, Jesus fez esta mesma pergunta aos discípulos (Mc 8:27-30).
(Marcos 9:12-13) O destino de Jesus
v. 12 E, respondendo ele, disse-lhes: Na verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deve sofrer muitas coisas, e ser reduzido a nada.
v. 13 Mas eu vos digo que Elias já veio, e eles fizeram-lhe tudo o que quiseram, como está escrito sobre ele.
Jesus confirmou o ensino dos escribas acerca de Elias e sua função, mas a vinda de Elias não mudava o fato de que o Filho do homem precisava sofrer muito (Mc 8:31).
Então Jesus fez duas declarações alarmantes: Elias já veio e sofreu, porque as pessoas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Jesus estava identificando Elias com João Batista. O tratamento que João recebeu (Mc 6:16-29) prefigurava a forma como Jesus seria tratado.
(Marcos 9:14) Uma grande discussão
v. 14 E, ele aproximando-se dos seus discípulos, viu ao redor deles uma grande multidão, e os escribas interrogando a eles.
Os escribas, novamente mostrando hostilidade aos discípulos (Mc 2:6 – Mc 3:22 – Mc 7:1), não aparecem mais no relato de Marcos.
(Marcos 9:15) A multidão saúda Jesus
v. 15 E imediatamente toda a multidão, vendo-o, ficou grandemente surpreendida, e, correndo para ele, o saudaram.
Em todo o novo testamento, somente Marcos usou o verbo ficou grandemente surpreendida (Mc 14:33 – Mc 16:5-6). Ele indica intensa emoção.
(Marcos 9:16-18) A falta de fé
v. 17 E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
v. 18 e este, onde quer que o apanhe, derruba-o; e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.
O fato de os discípulos não terem conseguido expulsar este demônio é inusitado, porque Jesus os havia comissionado para isso (Mc 3:15 – Mc 6:7) e antes eles haviam tido sucesso.
Estes sintomas eram semelhantes à epilepsia, mas Marcos diz que se tratava de obra de espíritos imundos.
(Marcos 9:19) Até quando?
v. 19 E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração sem fé! Até quando hei de estar convosco? Até quando vos suportarei? Trazei-o a mim!
As palavras de Jesus, ó geração sem fé, lembram Mc 8:38.
(Marcos 9:20) A autoridade de Jesus
v. 20 E eles o trouxeram até ele; e vendo-o, o espírito imediatamente o convulsionou; e ele caiu no chão, e revolvia-se, espumando.
A reação do espírito quando viu Jesus foi parecida com a dos outros espíritos demoníacos (ver notas em Mc 1:25-26 e Mc 5:7).
(Marcos 9:21-22) Se tu podes
v. 21 E perguntou ao seu pai: Há quanto tempo isto veio a ele? E ele disse: Desde criança.
v. 22 E muitas vezes isto o tem lançado no fogo, e dentro da água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
Para o destruir mostra a intenção maligna dos demônios. O pai pediu ajuda baseado na compaixão de Jesus (ver notas em Mc 1:40-45 e Mc 6:34).
Se tu podes era uma expressão apropriada, considerando o fracasso dos discípulos em expulsar o demônio.
(Marcos 9:23) Tudo é possível ao que crê
v. 23 E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis ao que crê.
A questão não era a capacidade de Jesus, e sim a fé do pai – todas as coisas são possíveis ao que crê (Mc 5:36 Mc 10:27).
(Marcos 9:24) Um Pai desesperado
v. 24 E imediatamente o pai do menino exclamou e disse em lágrimas: Senhor, eu creio! Ajude a minha incredulidade.
Há tanto fé como incredulidade no coração do pai. Previamente, Marcos usou descrença ao descrever os habitantes de Nazaré. Note-se, o jogo de palavras entre “creio” (gr. pisteúô) e “descrença” (gr. apistía).
(Marcos 9:25) Jesus ordena o espírito imundo
v. 25 Quando Jesus viu que as pessoas vinham correndo juntas, ele repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Tu, espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai dele, e não entres mais nele.
O espírito demoníaco era mudo e surdo, tornando o menino incapaz de falar (v. 17). Ao ordenar que o espírito o deixasse, Jesus usou uma palavra que enfatizou Sua autoridade.
O demônio era capaz de resistir aos discípulos, mas não ao Senhor. A ordem de Jesus, não entres mais nele, é singular entre todos os exorcismos nos evangelhos.
(Marcos 9:26-27) O menino é libertado
v. 26 E o espírito gritou, e agitando-o com violência, saiu dele; e ele estava como um morto, de modo que muitos diziam: Ele está morto.
v. 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu; e ele se levantou.
O espírito imundo reagiu de modo parecido com aquele que Jesus expulsara antes (ver nota em Mc 1:25-26).
(Marcos 9:28-29) A dúvida dos discípulos
v. 28 E, quando ele entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: Por que nós não pudemos expulsá-lo?
v. 29 E ele disse-lhes: Este tipo não sai de modo algum, senão pela oração e pelo jejum.
Em resposta à pergunta dos discípulos, por que, Jesus lhes disse que este tipo (aparentemente um ser maligno muito resistente e poderoso) requeria preparo espiritual da parte do exorcista, isto é, oração e jejum.
(Marcos 9:30) A última vez na Galileia
v. 30 E, tendo partido dali, passavam pela Galileia, e não queria que nenhum homem soubesse isto.
Esta é a última referência de Marcos à Galileia antes da ressurreição de Jesus (ver Mc 14:28).
(Marcos 19:31) Eu serei “entregue”
v. 31 Pois ele ensinava aos seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, após ser morto, ele será ressuscitado ao terceiro dia.
A segunda predição de Jesus acerca de Sua morte a muito em comum com as outras. O elemento novo nesta predição é que Cristo será entregue.
As palavras ele ensinava e dizia estão no pretérito imperfeito, indicando repetida instrução.
(Marcos 9:32) O medo dos discípulos
v. 32 Mas eles não entenderam este discurso, e tinham medo de interrogá-lo.
Veja em Lc 9:45 por que os discípulos não entenderam: “foi-lhe encoberto, para que não o percebessem”.
(Marcos 9:33) Jesus lê os corações mais uma vez
v. 33 E ele chegou a Cafarnaum; e, estando na casa, perguntou-lhes: O que discutíeis entre vós pelo caminho?
Esta é a última vez que Jesus voltou a Cafarnaum. A casa pode ter sido a casa de Pedro (ver nota em Mc 1:29-31).
(Marcos 9:34) Quem é o maior?
v. 34 Mas eles calaram-se; porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior.
Mas eles calaram-se também descreveu o povo na sinagoga de Cafarnaum (Mc 3:4).
(Marcos 9:35) O primeiro, será o último, e servirá a todos
v. 35 E ele assentou-se, e chamando os doze, disse-lhes: Se algum homem deseja ser o primeiro, este será o último de todos, e o servo de todos.
Assentar-se era a postura de um mestre (Mc 4:1-2 – Mt 5:1). O ensino de Jesus inverteu o raciocínio humano.
No sistema de valores ensinado por Jesus ninguém se tornava o primeiro através de agressividade e privilégio, mas por meio da humildade (Mt 18:4) e sendo servo de todos.
(Marcos 9:36-37) Jesus honra uma criança
v. 36 E ele tomou uma criança, e a colocou no meio deles; e, tomando-a nos seus braços, disse-lhes:
v. 37 Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome, recebe a mim; e qualquer que me receber, não recebe a mim, mas àquele que me enviou.
Jesus usou uma criança como demonstração. Ele não mandou os discípulos se tornarem como crianças, e sim receber aqueles que eram como crianças.
Uma criança é um exemplo de pessoa sem posição e sem direitos naquele tempo.
(Marcos 9:38) O ciúme dos doze
v. 38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, nós vimos um que expulsava demônios em teu nome, mas ele não nos segue; e nós o proibimos, porque ele não nos segue.
É irônico os discípulos mandarem este homem parar de expulsar demônios quando eles mesmos tinham falhado na tarefa (v. 14-29).
Aparentemente, os discípulos pensavam que eram os únicos autorizados a fazer isso (Mc 3:14-15 – Mc 6:7). O episódio lembra Nm 11:26-29.
(Marcos 9:39-41) As três razões de Jesus
v. 39 Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque não há homem que faça milagre em meu nome, e possa logo falar mal de mim.
v. 40 Porque quem não é contra nós, é por nós.
v. 41 Porquanto, todo aquele que vos der de beber um copo de água em meu nome, porque sois de Cristo, na verdade eu vos digo que ele não perderá a sua recompensa.
Jesus dá três razões para não impedir o homem. Primeiro, alguém que fizesse um milagre em nome de Jesus não iria virar e falar mal dele. Segundo, não há meio “termo: ou se é contra ou por nós.
Terceiro, quem fizesse” algo bom (dar um copo de água era uma cortesia básica no oriente) sois de Cristo… ele não perderá a sua recompensa.
Em Marcos, com exceção de dois usos objetivos em Mc 12:35 e Mc 13:21, esta é a única vez que Jesus usou o nome Cristo para si.
(Marcos 9:42) Cuidem dos pequeninos
v. 42 E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que ele fosse lançado no mar.
A palavra ofender se refere a dificultar o discipulado ou levar alguém a pecar. Pequeninos indica discípulos inexperientes.
Uma pedra de moinho era girada por jumentos para moer trigo. Apesar de um afogamento ser terrível, Jesus disse que seria melhor que sofrer os castigos dos v. 43-48.
(Marcos 9:43-48) Como vencer o pecado
v. 43 E, se a tua mão te ofender, corta-a; melhor é entrares na vida mutilado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga;
As partes do corpo e as admoestações são figuras de linguagem advertindo os discípulos a guardarem seu olhar e suas ações do mal, porque ser negligente nisso pode levar a queda espiritual ( Jó 31:1).
Este é o único lugar onde Marcos usou a palavra inferno (Gr. gehenno). A figura do inferno surgiu a partir do vale de Hinom, a sudoeste de Jerusalém.
Este vale foi usado muitas vezes no passado para realizar sacrifícios humanos entre os pagãos (2Rs 16:3 – 2Rs 21:6 – Jr 7:31) e servia como depósito de lixo, por isso a associação com fogo que nunca se apaga e destruição perpétua (seu verme não morre).
(Marcos 9:49-50) O poder do sal
v. 49 Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal.
v. 50 Sal é bom; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.
A enigmática declaração de Jesus no v. 49 provavelmente se valeu da associação entre fogo e sal no contexto sacrifical de Lv 2:13.
A primeira afirmação sobre sal de Mc 9:50 ocorre em outros lugares (Lc 14:34) e focaliza o bom uso do sal, que deveria ser refletido pelos discípulos (Mt 5:13).
O sal de depósitos próximos ao mar Morto poderia se tornar insípido, visto não ser cloreto de sódio puro. Discípulos que perdem seu sabor deixam de ser testemunhas eficazes.
À segunda “afirmação sobre sal” do v. 50 se vale do costume de usar sal para fazer pactos de paz (Lv 2:13 – Nm 18:19 – 2Cr 13:5 – Cl 4:6).
5 importantes lições que podemos aprender em Marcos 9
- Transfiguração Divina: A transfiguração de Jesus no monte revela sua natureza divina e confirma sua missão como o Filho de Deus. Esse evento enfatiza a importância de buscar momentos de comunhão profunda com Deus, onde sua glória é revelada e fortalece nossa fé.
- Necessidade de Fé: A cura do filho epilético destaca a necessidade de uma fé inabalável, mesmo diante das situações mais desafiadoras. Jesus repreende a falta de fé dos discípulos e mostra que nada é impossível para aqueles que creem genuinamente.
- Serviço e Humildade: Durante a discussão dos discípulos sobre quem é o maior, Jesus ensina sobre a importância da humildade e do serviço no Reino de Deus. Ele exemplifica isso ao se colocar como o servo de todos, demonstrando que o verdadeiro grandeza vem através do serviço aos outros.
- Evitar Escândalos: Jesus adverte seus discípulos sobre a gravidade de causar escândalo, ou seja, levar outros a pecar ou tropeçar na fé. Ele destaca a importância de viver de maneira que não causemos tropeços para os outros, agindo com amor, prudência e integridade em todas as nossas ações.
- Radicalidade na Santidade: Ao falar sobre cortar partes do corpo que levam ao pecado, Jesus enfatiza a necessidade de uma radicalidade na busca pela santidade. Ele usa uma linguagem forte para enfatizar a importância de eliminar qualquer coisa que nos afaste de Deus, mostrando a seriedade do pecado e a necessidade de uma renúncia total a ele.
Conclusão
Concluindo, Jesus permite que seus discípulos mais próximos vejam sua majestade e glória futura, numa conversa particular com Moisés e Elias, tendo suas vestes transfiguradas e tornando-se muito brancas (ver referência no Sl 51). Ele quer intimidade conosco.
Logo após, podendo ler os pensamentos dos discípulos, nos diz que, aquele que quiser ser o primeiro, que seja o último e que sirva a todos (Ele demonstrará isso na prática).
Nos ensina que a incredulidade, que a “falta de fé”, só é resolvida com jejum e oração, ensina também que, aqueles que curam e expulsam demônios em seu nome, mesmo não sendo próximos, estão permitidos a fazê-lo, os comparando-os aos “pequeninos na fé”.
Ele nos mostra que o pecado da nossa mão, do nosso pé e do nosso olho fazem o nosso corpo inteiro receber o seu pagamento, que é a morte eterna, onde o “fogo não se apaga” e o “verme não dorme”.
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